domingo, 28 de junho de 2015

O Triste Caso da Jovem Alice e Meu Apelo aos Pais de Meninas

O caso da jovem Alice nos deixou perplexos, paralisados. Como um padrasto, que cuidou desde os 4 anos daquela menina, pode fazer tamanha maldade? Como um homem de apenas 35 anos pode tratar uma enteada com tamanha crueldade? Os familiares, amigos e expectadores lamentam e sentem indignação diante das barbaridades cometidas por aquele homem.
Mas, por que não sentimos essa mesma indignação todos os dias? Por que deixamos para nos indignar somente quando o pior acontece? Por que não combatemos o mal antes que ele tome forma e arruíne com as vidas e famílias? Onde está a indignação diante dos anúncios publicitários que exploram uma sexualidade descomprometida e banal? Por que não abolimos da nossa programação emissoras comprometidas com um conteúdo vil que denigre a dignidade principalmente da mulher, expondo seu corpo como objeto da luxúria e do prazer carnal?
A mensagem da cultura popular hoje exibida pelos meios de comunicação é quase unânime: fazer do sexo irresponsável uma forma natural de vida. Aquela pobre jovem, estuprada pelo padrasto, é mais uma vítima dessa sociedade violenta, hipersexualizada e sem conteúdo espiritual para saciar a sede da alma humana. Infelizmente, os pais não tem mais tempo, ou quando estão em casa sentem-se cansados pela fadiga do trabalho, e simplesmente entregam seus filhos a esta cultura vil e obscena. Seus filhos, especialmente suas filhas, são presas fáceis dessa cultura do sexo fácil, onde os atributos físicos valem mais que o caráter ilibado. Quanto a isto, Deus recomenda ao seu povo a não entregar os filhos para fazer passar pelo fogo perante o deus Moloque (Lv. 18.21). A cultura de hoje é um deus que exige que os sacrifiquemos no altar do sexo, jogos e trivialidades.
O retrato daquela jovem é o retrato das meninas de hoje: magra, bonita, atraente, sensual. É aquela Barbie que você comprou à sua filhinha quando tinha apenas 4 anos de idade… Sim, ela cresceu e se tornou uma. Mas você sabe que há inúmeros predadores sexuais cobiçando essa promissora vida?
Pais, cuidem das suas meninas! Como pais, somos os defensores e guardiões da pureza dessas meninas. Não espere que a sociedade cuide do que é seu. A natureza da mulher, sua vulnerabilidade emocional inerente a torna uma pessoa de fácil manipulação. Elas querem ser bonitas, atraentes. Elas querem chamar atenção. Isso faz parte da constituição feminina. Não permitam que cresçam em ambientes vazios de amor, afeto e atenção. Cerquem-nas de cuidados e certifiquem-se de que suas necessidades de afirmação, amor e intimidade foram supridas no seio de uma família emocionalmente saudável. Não há ambiente mais seguro para uma menina do que uma família afetuosa.
Tratar de um assunto como este renderia páginas e páginas, mas essa história mostra como um pai faz a diferença na vida de uma garota. A figura do pai biológico jamais se apartou daquela menina. A prova disto é que mesmo depois de crescida tatuou o nome de seu pai no seu braço, o que me parece dizer ao predador: “você pode me levar, mas você vai comigo, pai…”. Que triste!
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Alice, mais uma vítima dessa sociedade hipersexualizada
Todo o desejo vil daquele homem surgiu ao se deparar com o corpo daquela jovem, que, possuído de lascívia, sem um mínimo de amor natural e respeito a si mesmo, a sua enteada e a sua mulher, vai ao mais baixo nível que o ser humano pode chegar – violenta, abusa e mata. Creio que naquele encontro a figura do pai que já não existia perpassou à mente da jovem. A falta de um homem que a protegesse e a amasse, que cuidasse de sua integridade física e moral, a expôs aos desejos de um padrasto infiel, que escolheu não assumir um papel protetor e orientador, antes, preferiu alimentar seus desejos vis. Como bem frisou a pediatra Meg Meeker, no livro Pais Fortes, Filhas fortes: “há apenas uma coisa que se interpõe entre essa cultura e sua filha. Você, pai. O pai muda, de forma inevitável, o curso da vida de suas filhas – e pode até salvá-las”. Essa mesma autora afirmou que a cultura é de uma crueldade inimaginável e ameaça a saúde emocional e física da atual geração de meninas.
Aqui eu faço um apelo aos adultos pela saúde e integridade das meninas: renuncie o conforto, renuncie as facilidades pela integridade dos seus. Priorize a infância dos seus filhos, esteja perto, converse, sinta os dilemas deles com eles. A Palavra de Deus diz que o amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Sofra, espere, suporte e acredite. Confie que o Senhor transformará aqueles difíceis anos da infância e adolescência em anos de paz na idade adulta. Lembre-se de Provérbios 29.17: “castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma”.
Defina os limites, seja firme. Ensine sobre o valor da castidade, sobre a santidade do corpo e mostre como o casamento nos protege desses males sexuais pervertidos. Renuncie a si mesmo e caminhe mais uma milha se preciso for pela saúde deles. Resista à vontade de divorciar-se, renuncie aquela carreira, abra mão daquele lazer. Como disse James Dobson: “os filhos valem tudo o que nos custam”.
Interessante perceber que em cada novo caso de violência familiar, vemos uma estrutura familiar rompida, relações desgastadas, ciúmes, iras, invejas. Tudo nos leva ao perfeito diagnóstico feito por aquEle que sonda os corações: “…do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mateus 15:19 ). É do coração, amados. Como estamos cuidando do nosso coração e do coração dos nossos? Colocamos vigias? Vigiamos nossos pensamentos?
Num momento desses podemos parar e refletir: o que eu estou fazendo para evitar esse tipo de acontecimento? Clamar por justiça e apelar para explicações psicológicas ou psiquiátricas não resolverá o problema que já está posto e que continua a se alastrar pelas famílias. A questão é que a mídia se voltou contra as famílias, contra os pais dedicados que tentam salvar seus filhos dos efeitos perniciosos de sua programação.
E aqui cabe a reflexão: você, pai e mãe, como tem tratado sua filhinha? Tem cuidado do seu corpo, preservando-o dos predadores sexuais do nosso tempo? Ou o tem exibido e interiormente aplaudido as atitudes ousadas de sua adolescente? Acha bom que ela seja objeto de desejo dos homens? Tem ensinado a ela o valor da castidade, sendo você mesmo um padrão de conduta? Qual tem sido a visão de casamento que tem transmitido em casa? Os valores morais absolutos são ensinados e incentivados ou tem adquirido como filosofia de vida a liberdade das escolhas sem ensinar as conseqüências?
E aos pais (homens) deixo meu apelo: assuma diante de Deus a autoridade paternal sobre seus filhos. Guarde sua filha do pecado. Observe as suas roupas. Seja você mesmo um padrão de fidelidade e pureza. Seja o sacerdote do seu lar. Ame sua esposa e viva para glorificar a Deus. Lute por sua família até o fim. Ensine os absolutos preceitos morais da Palavra de Deus e coloque-se diante de Deus pelo seus filhos, como fez Jó. O inimigo pode até se levantar, mas Deus estará com você. Sua descendência se estabelecerá na terra pela justiça e retidão, e quem sabe, se não conseguiremos aplacar a ira do Deus santo e poderoso?
Vivemos nos dias em que o apóstolo Paulo menciona como dias trabalhosos, homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus (2 Tm 3.1-4). Se observarmos o perfil de muitos que vivem na atualidade encontraremos que é como este que o apóstolo descreveu. Que Deus nos guarde e guarde nossos filhos de não nos tornarmos vítimas de pessoas com crueldade tamanha.
Essa é a minha oração e o meu desejo. Igreja do Senhor, não durmamos! Estejamos bem atentos, vigiando nossa plantação. E, enquanto isso, preguemos essa Palavra que liberta o mais vil pecador, que restaura famílias, que dá real dignidade à mulher, que faz dos homens enviados de Deus na preservação de vidas. Aceitemos o Evangelho inteiramente, e eu sei que Deus resgatará nosso estado do lamaçal do pecado.
Eu também oro: Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
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