sábado, 31 de dezembro de 2016

Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas

Estive meditando nesta expressão nesses dias quando estamos às portas de um novo ano: novas expectativas, novos prognósticos, novas incertezas, novas esperanças para alguns… Enfim, um verdadeiro enigma para muitos. Diante disso tudo bom, mesmo é ficarmos com o que diz a Palavra de Deus: melhor é o fim do que o começo. Já meditou nisso?
O fim é melhor, pois já passamos pelo começo, pelo novo, pelo medo de enfrentar o que vem adiante. Poderíamos comparar a uma maratona. Ao observarmos uma corrida, na maioria das vezes, quem sai na frente nunca é o primeiro a chegar; só em raríssimas exceções. Em geral, quem sai com toda pujança, cansa, e muitas vezes, quando chega ao final, não alcança o primeiro lugar. A vitória não está no começo, mas em completar a carreira.
Tive uma companheira de oração na Argentina que sempre repetia uma expressão ao falar para a Igreja: “Irmãos, o prêmio da corrida não está no início, nem tão pouco para os que estão no meio, só quem leva o prêmio são os que chegam ao final da corrida”. Essa é uma verdade extremamente importante para todos aqueles que têm uma meta, um objetivo na vida.
Na Bíblia, temos várias histórias de pessoas que começaram bem e terminaram mal, outras que começaram mal e terminaram bem. Saul é um exemplo de homem que começou humilde e agradando a Deus, mas seu fim não foi nada bom. Salomão, um homem humilde a princípio, ouviu um elogio de Deus por ter pedido entendimento para discernir o que era justo, mesmo tendo a oportunidade de pedir muitos dias, ou riquezas, ou até mesmo a vida dos seus inimigos. Salomão não atentou para isso, pelo contrário, sentiu a necessidade de pedir sabedoria a Deus para saber entrar (começar) e sair (terminar) no meio de um tão grande povo, com tanta demandas. Em resposta a este pedido tão sábio, Deus lhe diz: “(…) te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual entre os reis, por todos os teus dias. E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias” (1 Reis 3:10-14).
Que coisa maravilhosa! Que lindo começo! Mas qual foi o fim de Salomão? Um final de tristezas por ter se desviado dos caminhos do Senhor.
Simeão, mesmo sendo um homem de idade avançada, nutria a esperança de ver o Messias. Como sabemos, esse servo de Deus sabia que o seu fim não seria amargo e sem esperança, pois confiava nas Escrituras e estava conectado ao Espírito Santo. Simeão vai ao templo exatamente no dia em que a promessa da salvação chegaria e seria apresentado, sem muita pompa, nem muita aparência, mas o Espírito deu testemunho que Aquele era o Messias enviado: “Faça o que eu lhe disse para fazer, pois chegou a hora, o final chegou, a vitória, o Salvador”. Simeão se aproxima, toma o menino nos braços e louva a Deus dizendo: “Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos; luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel” (Lucas 2:28-32). Que lindo final!
Como você está plantando? Como está sua carreira? Que fim você espera?
O escritor ao Hebreus disse que devemos correr com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus – Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12.1,2). Não há dúvida que essa é uma das mais certas realidades da vida cristã: começar bem, e conseqüentemente, terminar em paz.
O apóstolo Paulo, por diversas vezes em suas cartas pastorais, exorta-nos que aquele que é atleta da fé, aquele que corre a carreira da fé, corre com um objetivo: o de agradar Àquele que o alistou para a guerra (2 Tm 2.1-15). Consideremos essas declarações não artificialmente, e, diante de verdades que nos perpassam, devemos fazer a pergunta que Davi, o homem segundo o coração de Deus, fez diante do Senhor: “Faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil. Eis que fizestes meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem por mais firme que esteja, é totalmente vaidade” (Sl 39.4-5).
Essa é uma realidade que todo homem, cedo ou tarde, experimentará: seu fim. Por isso mesmo, devemos começar e continuar a carreira da vida olhando sempre para o final de tudo. Deus disse a Daniel: “Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias” (Dn 12.13). Embora a nossa existência seja de breve duração, podemos nos alimentar das promessas de Deus, confiando que o fim será melhor que o começo.
Para os que não tem conhecimento da verdade, o fim é tenebroso, incerto, sombrio. Mas para os que têm o Senhor como Seu ajudador, sabe que Ele será o Seu guia até a morte (Sl 48.14), e até na morte se mantém confiante (Pv 14.32). Essa semana visitei uma amiga que está desenganada pelos médicos, entubada, traqueostomizada, e quando me aproximei dela, e comecei a falar-lhe da esperança e promessas de Deus, quando comecei a cantar junto ao seu ouvido – “Se a fé por vezes falta quando o sol não posso ver, a Jesus eu digo humilde, oh vem meu piloto ser” – as lágrimas rolaram de seus olhos. Ela disse “amém” e deu um glória a Deus. Cremos que se Deus quiser pode levantá-la a qualquer momento daquele estado – para proveito nosso e gozo da fé. Ou pode levá-la para Ele – o que é ainda melhor para ela. Se vivemos, somos dEle, e se morrermos, vamos para Ele. Ele é o nosso Piloto, ao começar ou ao terminar, o importante é estarmos com Ele.
Não devemos temer 2015. Que as nossas palavras, ao final deste ano, sejam como as de Jó: “Ele [o Senhor] sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro. Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho, e não me desviei dele. Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção. Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo” (Jó 23.10-14).
Se estamos na vontade do Senhor, tenhamos certeza de que em nada seremos confundidos. Nossa vida deve ter como única meta a glorificação do nome de Cristo. Se a vida ou a morte trouxer a glória para o Reino de Deus, estejamos contentes. Soframos as aflições desta vida como bom soldados de Cristo. Falemos e vivamos o amor dEle, ainda que isto nos custe a própria vida. Lembremo-nos sempre que a nossa vida terrena já morreu, somos mortos-vivos neste mundo. Morremos para o mundo e para a carne, mas ressurgimos para Deus. Ressuscitamos com Cristo e agora buscamos as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Nossa vida está escondida com Cristo em Deus e quando Ele, que é a nossa vida, se manifestar, então também nós nos manifestaremos com Ele em glória (Cl 3.1-4).
Vivamos, pois, nesta maravilhosa expectativa: a esperança da glória eterna, renunciando os prazeres mundanos e carnais, que são efêmeros. Nossa luta aqui é breve, comparada à glória que nos está reservada. “Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:1-15).
Corramos essa carreira de tal maneira que alcancemos o prêmio: a herança incorruptível reservada para aqueles que honram e glorificam o nome do Senhor. Nossa corrida não é incerta; nosso combate não é em vão. Subjuguemos o nosso corpo, e o reduzamos à servidão, para que, pregando aos outros, nós mesmos não venhamos de alguma maneira a ficar reprovados (1 Coríntios 9:22-27).
Um grande abraço a todos e um feliz Ano-novo com muitas bênçãos da parte do Senhor.


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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Já fechou para balanço?

Antes de você começar a ler esta postagem, faço uma sugestão: não desista da leitura, vá até ao final. O que está escrito aqui tem tudo a ver comigo e com você, então, prossiga.
Chegou um novo ano, e no começo do ano, precisamente na primeira semana, é o tempo das lojas, supermercados e comércios afins pararem para fazer balanço. Balanço significa verificar a situação de um fundo de comércio com o levantamento dos lucros e das perdas. Quando as empresas fecham para balanço, o fazem para calcular sua situação financeira em um determinado período. Na maioria dos casos, esse período compreende um ano de atividades. É de se esperar que, ao final do balanço, a situação real da empresa no que diz respeito a seus custos, benefícios e prejuízos sejam esclarecidas.
A estrutura de um balanço consiste em fazer o levantamento dos ativos (tudo o que empresa possui: bens, itens do estoque e aplicações financeiras) e dos passivos (são as obrigações financeiras da empresa: pagamentos que precisam ser realizados – o que a empresa deve). Com esses dados verifica-se o patrimônio líquido, que é exatamente a diferença entre os ativos e passivos. O que resta, ou a diferença entre ambos é o que a empresa verdadeiramente possui. Nem sempre o que a empresa apresenta ou aparenta é o que ela possui.
E o que tudo isso tem a ver conosco?
Primeiro, penso que todos nós temos a obrigação de, pelo menos uma vez ao ano, fazer um balanço de nossas vidas, de como estamos andando com Deus, como nossas palavras e ações têm agradado a Ele.
Os nossos ativos são tudo o que temos, os bens que possuímos: as riquezas espirituais concedidas a todo aquele que é sacerdote real, as bênçãos espirituais das quais Paulo falou em Efésios 1.3, bênçãos das regiões celestiais em Cristo; e os bens materiais e humanos, que são a família, o cônjuge, amigos, posses terrenas, etc.
Como está nosso saldo no que diz respeito às coisas espirituais?
Avaliemos a bênção da salvação. A Bíblia diz: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (Hb 2.3). Faça uma avaliação dos dons dados por Ele decorrentes da salvação, e veja as virtudes que devemos acrescentar cada vez que fechamos para balanço.
O apóstolo Pedro nos ensinou essa verdade: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas [o ativo], para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1.4-8). Aqui está nosso ativo espiritual.
Continue agora com os ativos na família: como você tratou seus familiares durante o ano? (Lembre-se: é um balanço!) Aqueles que vivem debaixo do mesmo teto com você e aqueles que vivem em outros lares, como sua mãe ou pai de idade, ou mesmo aqueles pais jovens, mas são seus pais e, portanto, precisam de sua atenção e cuidado. Como foi o tratamento com seu cônjuge? Deu o seu melhor? Se hoje você tivesse que seputá-lo (a) você se arrependeria de algo que pode fazer e deixou passar por orgulho, ou timidez, ou mesmo por outro motivo qualquer? Já pensou quantas oportunidades perdemos de dizer “te amo”, de abraçar ou dizer “você é importante para mim”? Como tem se dedicado aos filhos?
A vida é efêmera, é como a flor da erva, passando nela o hálito do Senhor deixa de existir (Is 40.7). Como você tem cuidado dos bens que Deus lhe deu? Com amor? Por mais humilde que seja sua casa, seus móveis, os utensílios da cozinha, os lençóis da cama, tudo o que temos foi que Deus nos deu, e devemos primar por eles, não desprezar o que Ele nos tem dado.
Os passivos são suas obrigações: como mãe, dona de casa, esposa, empregada, patroa, sua contribuição tem sido valiosa? Tem dado o melhor de si? Faz todas as coisas, como se ao Senhor fizesse? Como pai e marido, como o provedor e cabeça do lar, qual o seu saldo? É positivo ou negativo? E como filho(a), tem honrado os mandamentos do Senhor para sua vida? Tem deixado que o Senhor dirija os passos?
O que fica como patrimônio líquido de nossas vidas, diante dos diferentes papéis que desempenhamos? São perguntas que deixo para respondamos conforme nossa consciência. O resultado disso, por sua vez, leva-nos a suplicar a graça e misericórdia do nosso Pai, para que não nos encontremos em falta. Guarde no seu coração a passagem bíblica que diz: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14) e “tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23).
O que temos recebido de Deus e a forma como usamos ou administramos esses dons forma nosso patrimônio líquido, e é o que realmente possuímos. O que somos não é o que aparentamos ser, mas é o que temos no nosso interior. Por isso mesmo, temos que fechar sempre para balanço, e quando o fizermos, oremos como Davi: “Ensina-me Senhor, o teu caminho e guia-me pela vereda direita…” (Sl 27.11).
Finalmente, diz Pedro: “Portanto irmãos, procurai fazer cada vez mais firmes a vossa vocação; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2 Pe 1.10). Ainda não fechou pra balanço? Se precisar de ajuda, peça a Deus que Lhe dará e não lançará em rosto.
Meu abraço e tenha uma semana abençoada!


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sábado, 24 de dezembro de 2016

Jesus, O Verdadeiro Sentido do Natal


Chegamos ao final de mais um ano. E como em todos os anos, podemos ver luzes por todos os lugares, enfeites, presépios, figuras mitológicas como a daquele velhinho, sinos que tocam, anjos que cantam. Mensagens de felicitações, desejos de prosperidade, comidas, panetones, ceias fartas, festas e muita alegria marcam a vida nos últimos dias do ano. Mas será que foi assim o primeiro natal?
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Ao contrário do que vemos nos dias que antecedem o natal, o nascimento de Jesus não foi tão sentimental e festivo como estamos acostumados a ver. A encarnação do Deus Filho é uma das mais poderosas mensagens das Escrituras. Através do Verbo que se fez carne (Jo.1,14) podemos extrair para nós profundas lições para a vida aqui na terra.
Na plenitude dos tempos, no exato momento planejado por Deus para Sua encarnação, o Filho Amado do Pai torna-se como um de nós, limitado na pele sensível de um neném. Como se não bastasse tamanha humilhação – Deus tornando-se homem – Ele ainda se encarrega de preparar todo o cenário de uma forma um tanto sombria para a sua chegada: uma virgem grávida, uma manjedoura como berço, nenhuma pompa. O cenário político foi um dos piores: perseguições, massacre de crianças inocentes e uma infância escondido no Egito como refugiado. Toda a vida do Deus encarnado foi marcada pelo sofrimento, privação, humilhações e termina por receber a pior sentença para um condenado – morte de cruz. Que fim trágico!
O que aprendemos, então, acerca de Deus nesse Natal?
São várias as lições que extraímos do Filhos de Deus. A primeira delas é a lição da humildade. Ele “a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de homem e humilhou a si mesmo” (Fp. 2.7). Um tipo diferente de glória, a glória da humildade. Ele não foi um revolucionário, não tomou nenhum reino, ainda que tivesse poder para isso. Pelo contrário. Sempre que tentava o coroar rei, ele fugia. “Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça” (Mt 12.19). O seu reino em nada se assemelha com os reinos deste mundo. Nunca impôs forçadamente a sua vontade, nem repeliu os inimigos, como hoje se faz, mas veio com um poder resistível. Ele é humilde, discreto e permite que o mal coexista com ele. Fez daquele que o trairia seu discípulo e ainda lhe deu um cargo de confiança. Como o grão de mostarda (Mc 4.31), o seu Reino começa tão pequeno que as pessoas zombam dele e não vêem possibilidade alguma de sucesso. Mas, contrariando todas as expectativas e previsões do homem, seu Reino cresceu e se espalhou pelo mundo, trazendo sombra para os doentes, luz para os que andavam nas trevas e salvação para os perdidos.

natal2Pela vida de Jesus aprendemos outra lição valiosa: Deus está conosco, bem perto de nós. Ele é Emanuel, o Deus conosco (Mt 1.23). Ele não se assentou em tronos, nem construiu em torno de si uma muralha para se proteger. “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo. 1.3-14).  Ele era acessível, deixava-se ser tocado, era como um de nós. Em Jesus, conhecemos o Deus que se relaciona com o homem e que não está alheio ao seu sofrimento, nem o entregou a própria sorte. Ele está perto, sente nossas dores, entende nossos dilemas, pois ele mesmo os teve.
Aprendemos com Jesus, o Deus encarnado, que o Criador se importa com o sofrimento humano. Embora as pessoas possam inclinar-se para os ricos e poderosos, Deus se inclina para o pobre e oprimido.  “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça” (Is 42.6). Ele era como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos (Is 53.2). Não possuiu riquezas. Ainda bebê foi embalado por sua mãe em uma manjedoura, dividiu sua cama com os animais. Na sua passagem pela Terra não tinha sequer um lugar para reclinar sua cabeça (Lc 9.58). Amigo de pescadores, amado pelas crianças, rejeitado e oprimido pelos intelectuais e poderosos. Sua opressão e rejeição foi a glória e a riqueza de muitos. Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Ele derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores (Is 53).
Ele também demonstrou que era preciso muita coragem para deixar seu trono de glória e assumir um lugar entre os seres humanos que o receberam (e o recebem) com desprezo e incredulidade. Meras criaturas, feitas por Ele mesmo, homens conhecidos pela sua violência e desprezo pelos seus iguais. Ele mesmo foi desprezado, “e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum”. Essa coragem começou na primeira noite do seu nascimento e acabou no calvário, quando ali despojou principados e potestades, e os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Ele sabia de tudo isso, mas pelo “gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta” (Hb 12.2). Ele suportou toda essa contradição de homens pecadores contra si mesmo  e deixou-nos o exemplo de resiliência, para que nós, por Ele, sejamos fortalecidos e não desfaleçamos em nossos ânimos.
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Jesus, que “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, aquele que é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.15,16), entrou no tempo e no espaço, assumiu as limitações na pele de um nenê, enfrentou a dor da pior morte. Mas o que as pessoas viriam? Apenas um bebê, deitado em uma manjedoura. Durante sua vida ele andou como errante, foi traído, humilhado e por fim o mataram. Esta figura tão polemica para alguns, hilária para outros, mudou a história da humanidade. Sem palavras, sem força, sem guerras. A vergonha da cruz foi a sua glória. Sua morte trouxe a vida. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna” (Jo. 12.24).

Em Jesus vemos o Deus que nos criou habitando entre nós, se fazendo carne. Ele, o Verbo de Deus, a Vida, veio ao mundo em carne para nos resgatar do poder da morte e nos garantir a vida eterna. Somente Ele, Jesus, pode iluminar os olhos do homem nascido em pecado. “Nele está a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo” (Jo. 1.9). Ele veio para que deixássemos de andar às escuras, e passássemos a enxergar claramente o sentido e propósito da vida na terra. Infelizmente, desde o seu nascimento em carne – quando em Belém seus pais buscavam um lugar para que nascesse – até hoje, o que mais se ouve é: “Aqui ele não pode nascer”. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12). Estes experimentam nessa vida um novo nascimento, não mais do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus, e assim podem vislumbrar o que é eterno.

É interessante notar que quando nos aproximamos de Deus através de Jesus, começamos a dar valor às pequenas coisas e tudo ganha outro significado. Não mais nos preocupamos em satisfazer-nos, mas alegramo-nos em sermos participantes dos sofrimentos de Cristo. Não conhecemos mais ninguém segundo a carne, isto é, não nos interessa mais viver para nós mesmas, pois passamos a entender que aquele que nos fez, nos amou de tal maneira que se sujeitou viver nesse corpo mortal, e, na sua carne assumiu a nossa culpa morrendo por nós para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:14-21).

Que possamos aprender pela vida do Deus encarnado – Jesus – as lições do amor, da humildade, da proximidade, do destemor e da resistência ante aos perigos da vida terrena. Que possamos ver em Jesus a esperança desse mundo perdido. O seu reino não é político e não age com a força do braço humano. O reino que Jesus nos trouxe nasce dentro de nós, no nosso coração, pela fé em Deus. De nada adianta comemorarmos o natal com presentes e festa se o natal não aconteceu dentro de nós.  O Natal foi e é um acontecimento sério que mexeu e mudou a história dos homens, dos reinos e do mundo. E quer mudar a nossa história.

Feliz Natal a todos e um novo ano cheio de esperança em Deus.
Ir Judite Alves
“O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Romanos 11.33-36)
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Meus sinceros agradecimentos...




Queremos agradecer a todos os irmãos e amigos que chegaram perto do projeto Samuel, e que de maneira direta ou indireta nos ajudaram neste ano de 2016. Que Deus vos recompense de maneira especial. A Ele tributamos toda glória, todo louvor e toda adoração.

Agradecemos ao nosso Pr Ailton, que com muito esmero cuida dos cuidadores do projeto. Aos coordenadores das áreas e suas queridas esposas que assistem as áreas onde o projeto está instalado, deixo a minha gratidão. A maioria deles acompanha o projeto e nos apoia. 

À Keila e Rosângela, nossa coordenadora pedagógica, e às coordenadoras de cada projeto com suas equipes, como também às assistentes sociais: Betânia, coordenadora da equipe,  Neia, Andreia e Elika, que são um braço forte nas comunidades e com as famílias dos assistidos. 

Não posso esquecer do Núcleo de atendimento e Aconselhamento à Família (NAAF), pelo destacado trabalho da Dra Ana Cláudia e sua equipe multidisciplinar: as psicólogas, assistentes sociais, fonoaudiólogas, pedagogas e psiquiatras, meu carinho especial a vocês. 

Ao coordenador de música,  o regente e professor Ramos. Ao pr Adriel, nosso facilitador.
À direção da nossa Fundação, muito obrigada! Deus recompense o vosso amor pelo projeto. Aos que doam mensalmente suas gotinhas de amor. Aos comerciantes da CEASA, muito obrigada. Abel e os demais donos de panificadoras que semanalmente levam pão para as crianças, como também o Banco de Alimento. A Compassion, nossa principal parceira. Ao cantor Elisio, Mayara e Claudia, da dupla Canção e Louvor. Esses cantores fizeram a diferença em Mustardinha.

Enfim, aos voluntários dentistas: Israel Junior e Paula, que cuidam carinhosamente dos nossos adolescentes e meninos. Aos doutores Amanda, Vilma, Carol, Lucia Helena e Reuel, obrigada! Vocês fazem jus à vossa vocação.

Quero homenagear duas mulheres, para concluir. Elas já não estão conosco, mas foram lutadoras pelo Projeto: a querida e inesquecível Zezé Gonzaga e a querida irmã Elza Ferreira. Seguramente receberão o galardão da parte de Deus. Deixaram muitas saudades.

Meu abraço a todos e um feliz 2017 com a benção de Deus. Se eu esqueci de você, sua recompensa será maior.

Meu abraço.



O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus.
A nosso Deus e Pai seja a glória para todo o sempre. Amém.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Um alerta aos pais piedosos no meio de uma geração corrompida e perversa


Queridos,

O mundo jaz no maligno. E parece que especialmente no nosso Brasil vemos um trabalhar cada vez mais intenso do reino das trevas para roubar o coração das nossas crianças, desde a mais tenra idade. Recebemos de vários irmãos do nosso estado alguns materiais "educativos" que querem introduzir nossas crianças no vício da pornografia e auto-satisfação sexual. Eles sabem que quanto mais cedo elas aprenderem essas práticas pecaminosas, mas difícil será deixar de praticá-las. Por isso, irmãos, pais e mães, eu rogo, cheguem antes e protejam seus filhos!

Muitos pais estão preocupados com a saúde física ou com o desenvolvimento intelectual mais do que com a integridade espiritual e moral dos seus filhos. Levam aos postos de vacina desde cedo a fim de vê-los livres das doenças, matriculam em creches e escolas, para que estudem e sejam inteligentes, mas se esquecem de aplicar-lhes a vacina contra o pecado. Esquecem-se de ensiná-los as verdades de Deus antes de os expor ao mundo. Aplicam o antídoto contra a paralisia infantil, mas deixam que as pobres almas infantis morram diante dos vícios da carne!

Irmãos, não são poucas as histórias tristes que ouvimos (e não é minha intenção aterrorizá-los). E o que mais me dói é saber relatos de abandono de crianças enquanto seus pais são vivos! Sei que muitos querem dar o melhor: esforçam-se, trabalham arduamente, mas, nesse desejo de dar o melhor, não atentam ao que está escrito no "Manual divino” sobre o cuidado espiritual de seus filhos. Desde o princípio, o Senhor deu muita importância ao dever dos pais de instruir seus filhos em Seus caminhos, e foi esse um dos critérios que O levou a escolher Abraão como patriarca do povo de Israel (Gn 18.19). 

receita dada por Deus quanto à criação de filhos envolve gastar tempo ensinando, orando e investindo na vida espiritual dos filhos (Dt 6.4-7). Quando colocamos uma boa base espiritual na formação de nossos filhos, estamos a prepara-los para viver no temor do Senhor, e assim terem condições de enfrentar os ataques do maligno, e evitar todo mau caminho (Pv 2.1-13).

Na fase mais linda da vida, enquanto são crianças, temos que usar todas as oportunidades para marcar o território divino na vida de nossos filhos! Não podemos deixá-los à mercê das influências mundanas e dos predadores espirituais. Temos que fazer a nossa parte como pais que amam os filhos e desejam que eles escolham viver no temor do Senhor. Se, mesmo fazendo isso, há a possibilidade de que algum filho decida seguir um caminho diferente, imaginem se não fizermos nada? Que o Senhor nos ajude a pastorear o coração de nossos pequeninos no Seu temor!

Antes que venham os maus dias, lembremos do Criador aos nossos filhos... Antes que nossas crianças tenham contato e se interessem em assuntos perniciosos, e enquanto elas ainda veem os pais como uma fonte confiável de informação, falemos a elas a verdade sobre Deus e sobre o mundo. Para protegermos nossos filhos da pornografia e dos vícios pecaminosos precisamos chegar primeiro e imunizá-los contra os danos reais do "veneno da imagem".

Estaremos, aos poucos, tentando ajudá-los, via internet, a enfrentar a correnteza da cultura sexualizada e pervertida do mundo em que vivemos. De início, peço aos irmãos que não apenas orem por seus filhos, mas que orem com eles e leiam a Bíblia juntos todos os dias. Estabeleçam um contato espiritual com seus filhos hoje. Aceitem o chamado de Deus para serem seus guias espirituais. Esse é o caminho da vitória.

Deus abençoe cada pai e mãe!

Judite Alves

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Irmã Judite entrevista pr Juan Carlos Escobar

Paz do Senhor!

Entrevistei o pastor das Assembleias de Deus na Espanha, pr Juan Carlos Escobar. Na entrevista, ele fala sobre o papel da mulher na restauração das cidades assoladas pelo pecado, na importância dela para a restauração das civilizações. Tema que foi ministrado na 27a. UEMADEPE / 2016, por ocasião da nossa Escola Bíblica de Obreiros.


Desfrutem! Deus os abençoe!






sábado, 22 de outubro de 2016

Resumo do 27° Encontro das Esposas de Obreiros de Pernambuco

Tivemos um dia maravilhoso na presença do Senhor! Cada ano parece ser melhor! Cada ano Deus nos fala de uma forma tão íntima... Ele renova nossas forças e lembra-nos as Suas grandiosas promessas. 

Vou tentar fazer um resumo do que ouvimos ali. Logo pela manhã, nosso pastor nos deu uma palavra, fazendo-nos lembrar do nosso papel primordial: sermos aquela que apoia, que dá suporte e que é uma segurança para o ministério do nosso esposo. Um pastor pode ter muitos obreiros ao seu dispor, mas a companheira que não pode faltar é a sua esposa: ela é insubstituível. Ela é a ajudadora idônea, a que tem o ministério do seu esposo nas suas mãos. E quando mais passam os anos, mais o marido precisa do apoio e conforto de sua esposa.

Quando Deus faz o chamado a um homem, separando-o para o ministério, está incluído nesse chamado a esposa desse homem: ela é parte desse chamado e está debaixo da mesma missão do seu esposo. E então, nosso pastor nos lembrou do tempo em que fomos para a missão. Não foram dias fáceis. Mas a nossa unidade como marido e mulher, debaixo da unção do Espírito Santo foi o que nos fez suportar as dificuldades. Foram nesses momentos em que exercitamos a gratidão e a fé na família.

Somos chamadas, irmãs, para sermos o socorro do nosso marido. Claro, temos nossas individualidades, mas precisaremos renunciar muitas coisas por Deus. O nosso pastor nos lembrou de mulheres como minha querida mãe, a irmã Maria, lembrou da esposa do pastor Amaro Mariano, ressaltou o nobre caráter na irmã Ziza, esposa do pr. Anísio e que estava presente entre nós, e todas as dificuldades que essas mulheres enfrentaram, muitas vezes caladas, dando o suporte no lar, mesmo quando seus esposos estavam pelo sertão viajando... Esses homens tiveram um ministério abençoado e frutífero porque suas esposas souberam edificar o lar com renúncia, oração e socorro.


De tarde, nossa querida irmã Edna Veiga nos trouxe lições da vida de Priscila, esposa de Áquila. Da vida desta serva de Deus extraímos algumas lições:

1. Era uma mulher submissa e desprendida. Saiu do seu local de origem para acompanhar seu marido. Era prudente e virtuosa. Nesse momento a irmã Edna citou um fato de uma irmã que, embora casada, prestou um concurso em uma outra cidade e ao ser aprovada, resolveu que assumiria a função, longe do marido, que era um obreiro da casa do Senhor. Este não é um bom exemplo a se seguir. A esposa foi chamada para estar ao lado do marido, fazendo-lhe companhia sábia. A irmã Edna nos contou a sua história pessoal, e como confiar em Deus pela fé e seguir o seu marido foi uma escolha difícil, mas que mostrou-se infinitamente melhor que os seus próprios planos pessoais. Ela desejava exercer sua profissão, pois era professora de matemática. Tentou por um tempo, mas seu esposo, o pastor Veiga, pediu-lhe que adiasse esse sonho. Ela, embora frustrada, colocou diante do Senhor seu desejo. O Senhor lhe deu um sonho, e nele ela estava lecionando não matemática, mas assuntos relacionados ao Reino de Deus. Hoje, ela vê o cumprimento das promessas de Deus.  A irmã Edna nos lembrou que Deus cumpre os seus desígnios sem ignorar nossos dons. Deus vai colocar você no lugar onde você exerça os seus dons sem precisar insubordinar-se. 

"Deus cumpre os seus desígnios sem ignorar nossos dons. Deus vai colocar você no lugar onde você exerça os seus dons sem precisar insubordinar-se". 
Edna Veiga 

2. Priscila também era uma mulher trabalhadora. Ela aprendeu o ofício do seu marido, que era fazedor de tendas. Tendas fala de abrigo, esconderijo, passagem, brevidade. Fazer tendas é lembrar da providência de Deus. O Senhor instituiu a festa dos tabernáculos, ou das tendas, para lembrar ao seu povo o tempo da peregrinação no deserto e o sustento do Senhor (Lv 23.33-43). Os israelitas passavam sete dias habitando em tendas, uma vez por ano. Construir tendas é lembrar da nossa transitoriedade nesse mundo: estamos de passagem, não temos aqui casa permanente. Por isso, não devemos nos apegar às coisas deste mundo. Priscila, pela sua profissão, nos lembra essa verdade. A fragilidade da tenda nos lembra da nossa fragilidade e peregrinação neste mundo rumo à terra Prometida.

3. Se o apóstolo Paulo os levou consigo é porque viu virtudes neste nobre casal. Havia parceria, concordância. Junto de Paulo este casal cresceu na fé e no conhecimento de Deus, a ponto de tornarem-se pessoas confiáveis. Mais tarde, Paulo os colocou como encarregados da igreja em Éfeso (At. 18.19). Certamente, Priscila observava as atitudes de Paulo diante dos problemas e procurava agir como ele, seguindo o seu exemplo.

4. A boca de Priscila era como um manancial. Ela viu que Apolo era fervoroso, mas incompleto. E então mostrou ponto a ponto as doutrinas, o caminho do céu. Mais tarde, aquele homem tornou-se um dos principais obreiros da igreja primitiva. A lição que podemos extrair daqui é que nós, como esposas de obreiros, provavelmente instruiremos pessoas que mais tarde exercerão autoridade sobre nós. Isso é mais um dos grandes mistérios do Evangelho.


Para fechar nosso dia, ouvimos a Palavra de Deus ministrada pelo pastor Juan Carlos Escobar. Que tarde maravilhosa!

O texto lido foi em Isaías 54.1-4. O pastor nos mostrou que o texto bíblico fala em termos femininos; fala do papel da mãe, o papel gerador de vida, protetor, que transmite visão e sonhos. O papel materno não se limita a gerar filhos biologicamente, mas estende-se aos filhos que geramos para Deus. Podemos gerar filhos pela Palavra de Deus.

Precisamos gerar uma nova geração que se estende "à direita e à esquerda"(Is 42.3a), ou seja, não há limites. Além disso, a herança que nos cabe são as cidades assoladas. Nas cidades estão as pessoas, estão nossos filhos a estudar, a produzir, a trabalhar... Eles fazem parte do progresso político, econômico e moral. Mas a cidade está assolada pelo materialismo, ateísmo, secularismo, por isso, precisamos chegar antes na vida deles. A maior influência na vida dos nossos filhos deve ser da família e da igreja.

As cidades assoladas nos falam de famílias e jovens arrasados. A igreja foi feita para estar em lugares inóspitos, sem vida. Somos o sal que tempera um mundo insosso. Somos a luz que ilumina as trevas. Aceitemos o desafio, o Espirito Santo estará conosco, a Palavra de Deus tem poder.

O pastor Juan lê o texto que está em Salmos 16.5: "O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte". Deus nos leva a lugares difíceis, que ameaçam nossos filhos e famílias. Mas onde quer que Ele nos coloque, ali será um lugar de bênção, pois é a herança de Deus para nós, é a oportunidade que temos de redimir a terra. Nossa missão é restaurar a cidade assolada. Mas esse chamado não será feito sem a nossa colaboração. Precisamos estar preparadas e firmes nos propósito de educar as novas gerações no conhecimento de Deus e se há algum incômodo alheio à sua vontade, entenda que essa é a vontade de Deus. Ele usará, ao final, todas as coisas, as boas e as más, para cumprir os seus propósitos eternos. Mas precisamos ter fé e crer. Deus vai tratar conosco pela fé e não pelo que vemos. Precisamos crer nEle.

O pastor nos lembrou de Efraim e de como as promessas de Deus pareciam estar frustradas (1 Cr 7.20-24).  As tragédias acontecem e querem nos roubar a bênção. E são nesses momentos que precisamos vigiar para não nos tornarmos amarguradas de espírito, queixosas e amargas. Se não nos protegermos, nossos sonhos morrerão. O adversário quer que, pela dor, você perca a visão da sua vida. Nas nossas dificuldades, não deixemos que satanás leve a glória pela maldição das nossas palavras, antes, tenhamos sempre uma palavra de ânimo e fé. Não falemos com cargas de negatividade: essas palavras podem afetar o coração e a mente dos seus filhos, da nova geração que Deus colocou em nossas mãos.

Nas dificuldades muitas vezes nos sentimos improdutivas, como se estivéssemos fora de lugar. Não nos abalemos com as más notícias: o Senhor fará de nós uma mulher de glória. Temos as marcas de uma vida redimida, a nossa vida é uma mensagem para essa sociedade perdida. Aqueles que têm a marca  do Senhor passam por vales. Eles são necessários, mas não são o nosso destino. Passaremos por eles, e lá experimentaremos a transformação divina. O salmista diz: "...passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques" (Sl 84.6). Quem confia em Deus e aquele cuja força está em Deus consegue transformar realidades. Deus permite que passemos por ele para que vejamos o que Ele faz através de nós. É no vale que nos tornamos produtivas, é no vale que geramos riquezas. Por isso, não podemos deixar que o ambiente inóspito em nossa volta domine a nossa vida. Nós é que precisamos mudar o nosso entorno.

A mulher samaritana, diante da sociedade, era uma fracassada na família. Mas Jesus olhou para ela com terno amor. Ele encontrou uma necessidade para ter que passar por Samaria e assim fazer daquela mulher um instrumento de valor para sua cidade. Ela, cansada das pessoas, sai para buscar água numa hora em que não encontraria ninguém. Mas, apesar de suas tragédias, Jesus viu nela uma mulher que tentava. Tentou cinco vezes, mas em vão. Ela precisava de um homem para a redimir na sociedade do seu tempo. E então, veio Jesus. Ela vem ao poço com um cântaro e Jesus vê nela um potencial. Na verdade, Ele tem mais do que um poço para ela: ele tem uma fonte que jorra para a vida eterna! Quando ela entende essa verdade, ela abandona o cântaro e vai falar de Jesus para sua cidade. E aqui acontecem as mudanças: ela deixa de ser uma mulher do cântaro, ou seja, uma mulher consumidora, que vai em busca, para ser a fonte da água! Ela agora é portadora de Deus, da Sua palavra, da fonte da Vida!

Nós somos mulheres transformadas e redimidas. Deixemos o cântaro e sejamos fontes de vida, uma influência em nossa geração, em nossa cidade.

Os lugares assolados serão reedificados, e os vales, pela nossa presença, converter-se-ão em fontes. Essa é a promessa de Deus para as mulheres geradoras de vida.


Deus abençoe a cada uma. Um bom final de semana com Deus.


Judite Alves.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Tempos da Infância...


Como é bom ser criança! O período em que se passa a infância é breve e não volta mais!

Como não amar esse tempo e como não acalentar suas lembranças, memórias que nos dão alívio e fazem nossa alma voar?


Quem não recorda do tempo quando éramos carregados nos braços, afagados por pais, avós, vizinhos, amigos, parentes e até desconhecidos?


Quem não se lembra das manhas, das birras, dos choros e das brincadeiras? Naqueles tempos, nossos pais ocupavam um espaço no coração tão especial que a visão que tínhamos de Deus perpassava por essa relação tão linda. Como estavam entrelaçadas a necessidade de sermos amados com a fé infantil! Não sofríamos do mal da idade adulta: tínhamos aquela fé simples, que crê somente, sem exigir provas. Como crianças, aprendemos a amar e a viver praticando o bem e até repartindo o que tínhamos com alguém. Não importava se éramos ricos ou pobres. Éramos todos iguais e precisávamos estar juntos, numa bela brincadeira. Nesse sentido é que podemos entender as palavras de Jesus: "quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele" (Mc 10.15).Éramos livres das preocupações, e nosso único estímulo para viver era a alegria e o amor. Quem não lembra em como o beijo no joelho e como o pirulito resolviam nossos maiores dilemas? Hoje eu tento ressuscitar na minha imaginação sexagenária as lembranças dos brinquedos, que por humildes que fossem, traziam satisfação, alegria e prazer no brincar. Criávamos brinquedos, inventávamos brincadeiras e repetíamos as tradicionais brincadeiras, como barra bandeira, pega, esconde-esconde, boca de forno, cantigas de roda. Tudo era muito lindo! Enquanto isso, nossas mães prosavam, atualizavam seus assuntos, e nós, crianças, nos divertíamos. Cumpríamos primeiro com as obrigações e as tarefas da escola; a ajuda nas tarefas do lar era exercitada também.

+A parte estranha da infância é que mesmo vivendo num mundo tão livre dos problemas dos adultos, desejávamos ser iguais às pessoas grandes. Ah, mas acho que isso acontecia porque ainda não havíamos passado pelas experiências amargas da vida adulta, e que são a razão de nos tornarmos pessoas frias e cautelosas nas relações com os outros. A espontaneidade e a pureza infantis são as marcas da infância que mais desejo manter! Não quero privar a mim mesma dos prazeres puros da terna amizade que a infância sabia manter. Enquanto faço esse relato, a criança que tenho dentro de mim se alegra! Meus olhos estão brilhando só em recordar aqueles momentos... Com muita razão Jesus enfatiza que aquele que não se fizer como uma criança não pode ver o Reino de Deus (Mt 18.3).

E então, num determinado momento da vida, deixamos de ver as coisas como víamos: é o outro lado, o lado duro da vida, que se apresenta desconhecido, mas real. Nesse momento, deixamos de ser crianças. Infelizmente, há muitos que lhes foi revelado esse outro lado aos 7, 8 ou 9 anos. E isso me leva a pensar: será que nesse mundo, de tanta maldade e hipocrisia, há um espaço para a criança ser criança?
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