sábado, 6 de agosto de 2016

Quando Uma Sogra Ama Sua Nora. Noemi – Modelo de Sogra {Parte 1}

Escrever sobre a relação entre sogra e nora é um grande desafio para mim, pois sou sogra de duas noras e de um genro e sou nora da minha sogra, ou seja, há momentos em que ocupo o papel de nora e noutros como o de sogra e posso dizer que não é nada fácil. Preciso constantemente estar atenta para não misturar as coisas: saber exatamente até onde vai o meu papel como sogra e por outro lado saber a fronteira do meu papel como nora. Não é desafiador?
Sei que muitas estão no mesmo barco que eu, mas o que é mais fascinante é que o piloto desse barco é Jesus de Nazaré e com certeza Ele nos levará ao porto seguro, ainda que as águas sejam turbulentas. Não podemos negar os conflitos, nem tão pouco deixar de compreende-los, pois eles fazem parte das relações humanas, das relações interpessoais. Em qualquer relação humana há conflitos, mas essa que iremos tratar especificamente aqui, talvez seja a mais frágil de todas as relações.
Jacques Poujol disse que negar o conflito é praticar a política do avestruz, que esconde a cabeça na areia para não ver um perigo evidente. Como não somos avestruzes, temos inteligência, enfrentaremos qualquer dificuldade que se nos apresente, e ainda que não tenhamos forças em nós mesmas, podemos chamar por Jesus e Ele nos dirá: “eis-me aqui” (Is. 58.9).
Pensando nisso, vou encarar de frente esse desafio e mostrar para vocês o que a Palavra de Deus nos fala a respeito desse assunto. Como sempre, encontramos nas Sagradas Escrituras diretrizes que nos apontam que caminho devemos seguir numa relação tão frágil como a da sogra/nora. Ainda que você tenha um bom relacionamento com a sua sogra, vale a pena conferir o que a Palavra de Deus nos diz e confirmar a veracidade dessa maravilhosa Palavra em sua própria vida.
Se você anda “pisando em ovos” com sua sogra/nora, observe o que diz a voz de Deus. Elencarei alguns aspectos da convivência entre Noemi e Rute que certamente servirão de parâmetro para nosso comportamento como sogra ou nora. Então vamos lá.
CARACTERISTICAS DE NOEMI COMO SOGRA:
1. Era paciente (Rt 3.18). Depois de sua viuvez, não se desesperou, nem tão pouco se precipitou. Só decidiu voltar quando soube da noticia que Deus havia visitado a sua terra, e com muito classe, demonstrou esse fruto do Espírito em todos os momentos (Rt 1.4-6). Como sogra preciso imitar essa grande mulher. Ser paciente e esperar a hora certa para tomar decisões que afetarão a minha vida e a vida daqueles que estão ao meu redor.
2. Era submissa e obediente. Ela não esboçou resistência em acompanhar seu marido, apenas o seguiu, por certo confiada na bondade de Deus (Sl 121; Rt .1,2).
3. Era mulher agradável e tratável (Rt 1.11). Como sogra, Noemi poderia jogar toda sua amargura sobre suas noras, mas ela tinha palavras doces e afáveis. Desejou a benção e não a maldição de Deus para elas (Rt 3.8-9). Quantas sogras precisam aprender com a bela Noemi, cujo nome em hebraico significa “agradável”, “linda” ou “graciosa” (alguns interpretam como alegria). Será que você é tratável com suas noras? Sabe usar palavras doces, ainda que interiormente esteja sofrendo grandes dores?
4. Noemi tratava suas noras como filhas (Rt 1.12). Considerava a nora como filha biológica e não como uma agregada ou intrusa na família. Vemos isso na forma como ela se dirige às noras, tratando-as de “minhas filhas”.
5. Não era egoísta, mas altruísta. No versículo 6 observamos que Noemi não pensava só no seu bem estar. A Bíblia diz que ela decidiu voltar com suas noras, que coisa linda! Naquele momento de desesperança, desilusão e luto, ela teria seus motivos para jogar a culpa nas noras, e até afirmar que aquelas mortes eram um castigo de Deus por seus filhos tomarem para si moabitas, sendo eles israelitas. Mas, ela declara o que tem no coração: se pudesse suscitaria filhos para elas, pois desejava que experimentassem a bênção de ser mães, sendo realizadas com um lar feliz (Rt 1.12-13).
Aqui encontro o amor de Deus, aquele amor que visa o bem do outro, e não unicamente o seu. Esse amor não busca os seus próprios interesses, mas o dos outros (1 Co 13.5). É aquele amor humilde que fica feliz com a felicidade do outro. Sogras, será que do nosso coração flui esse tipo de amor? Se nossos filhos estão bem tratados, bem casados, com um sólido casamento, amando-se como cônjuges, por que temos de nos afligir? Não era por isso mesmo que orávamos? É lamentável ver como, nesse tipo de relação, freqüentemente deixamos que a carne fale mais alto, dando lugar ao ciúme, inveja e egoísmo. É muito fácil jogar a culpa para um terceiro, e culpar o outro pelos problemas em nossos lares. Deixemos de lado esses comportamentos próprios de crianças, e assumamos a maturidade em Cristo, amando nossas noras e assumindo nossa responsabilidade diante de qualquer equívoco que cometemos no passado.
Elas se abraçaram e choraram, o que nos mostra uma verdadeira empatia (vers. 14). Será que agiríamos assim, ou pensaríamos: “nem eu, nem elas…”. Noemi deu-lhes beijos de despedida, e isso nos revela uma atitude de abertura de alma para alma; choraram em voz alta (vers.14) – não havia fingimento e mais uma vez as beijou.
6. Noemi foi compreensível. Ela compreendeu a atitude de Orfa e acolheu a decisão de Rute (Rt 1.18). Observe que Noemi não obriga suas noras, mas respeita as escolhas delas igualmente. Ela entendia que suas noras eram adultas e capazes de fazer suas próprias escolhas.
O nome Orfa significa “porfia”, “obstinada”, sugerido por alguns como aquela que “dá as costas”, ou a que “desiste”. Tal qual o seu nome, assim ela é. Noemi era uma mulher que dialogava com suas noras, buscava ouvir suas opiniões e acatava suas decisões. O nome Rute sugere “consolar” ou “refrescar” ou possivelmente “amiga”. Pelo significado dos nomes vemos duas noras distintas, e uma sogra com capacidade para entender as demandas de cada uma, sem celeuma, mas em plena paz.
Quantas vezes, como sogras, até com boas intenções, queremos impor regras, modos de viver, maneira de falar, entre outras coisas às nossas noras e genros! Temos que saber que nossos filhos deixaram pai e mãe para construírem uma nova família. Há coisas que eles levam da nossa família, que nossa nora ou genro vai absolver, há outras que são nossos filhos ou filhas que absolverão e são crenças, costumes, enfim , são duas maneiras de ser que se fundem para surgir outra. Não podemos pretender que nossas noras ou genros tenham a obrigação de repetir nossa maneira de ser, padrão de família etc. Eles precisam, claro, conservar o que aprenderam de nós, mas dentro de suas realidades.
Que maravilha é saber lidar com as pessoas! Precisamos nos lembrar sempre que nossas noras são mulheres adultas capazes de tomar decisões. Não precisamos manipular ou forçar qualquer atitude por parte delas ou dos nossos filhos. O máximo que podemos fazer é aconselhar, e deixar nas mãos deles as escolhas.
Sogra, você está no mesmo barco que eu, temos que ser prudentes senão colocaremos tudo a perder.Quem se mete em questões alheias é como o que pega um cão pelas orelhas (Pv 26.7). Cuidado! Você pode levar uma mordida! Não me leve a mal; sou sogra como você. Vamos melhorar?

7. Era uma sogra conselheira (Rt.1.15). Em toda a saga de Rute vemos Noemi sendo aquela que dava conselhos. Foi assim em Moabe e quando chegou em Belém. Ela orientou detalhadamente como Rute deveria fazer para garantir o “redentor” e Rute acatou todo o conselho (Rute 3.1-4).
Quem tem uma sogra conselheira tem uma dádiva de Deus, é sempre orientada, e o seu final é feliz. Por isso Rute se apegou a sua sogra, porque sabia que ela não iria levá-la ao mal caminho e aquela companhia contribuiria para sua felicidade. Sua nora pode ter essa confiança em você? E chegar a afirmar: “minha sogra é uma mãe, uma conselheira”?
Como sogra, Noemi não falou fora de hora, mas abriu a sua boca no momento certo. Tudo nos faz crer que ela não vivia dando pitacos na vida de seus filhos e noras, só falava no momento certo e com sabedoria. Por isso era respeitada por suas noras.
Noemi falava somente o que importava e provavelmente não dava conselhos não solicitados sobre a decoração da sua casa, penteado do cabelo ou se deveria perder alguns quilos extras. Ela falava sobre coisas sérias, decisões difíceis a se tomar, situações onde sua experiência dava peso às suas palavras. Diante de tais situações, Noemi falava e Rute respondia favoravelmente, ouvindo-a. Será que estamos falando demais, sobre coisas pouco importantes e que não nos dizem respeito? Seja cautelosa ao abrir a sua boca. Que dos seus lábios saiam palavras de sabedoria e nunca palavras intrometidas, de desprezo ou de zombaria. Se medirmos bem as nossas palavras, veremos que serão bem mais acolhidas.
Se quisermos ser respeitadas como sogras, devemos ter a prudência e a sabedoria para falarmos no momento certo, a palavra certa, para a pessoa certa. Se você precisa falar com sua nora, não fale a outra pessoa, como por exemplo a seu filho (o marido dela!) ou aos filhos dela, e muitos menos aos membros da sua família (parentes por afinidade).
A verdade liberta: fale com quem precisa de fato ouvir. Se é a nora, fale com respeito e sinceridade. Se não for compreendida, peça desculpas, mas não deixe o relacionamento fragilizado. Se tem que falar com o filho, chame-o com calma, olhe no olho e diga a verdade em amor; pois o amor cobrirá multidão de falhas (1 Pe 4.8). Se é com o neto, vá até ele e fale a verdade. Ele vai lhe honrar e lhe amar muito mais, porque perceberá que é amado. Faça tudo com sabedoria, diante do Senhor, com um coração puro.

8. Noemi elogiava sua nora e estava interessada no seu bem-estar (Rt 2.19). Podemos fazer parte da vida dos nossos filhos, agindo sempre com preocupação sincera e reconhecendo sempre as virtudes daquelas que lutam na edificação do lar dos nossos filhos. Sejamos sempre tardias para criticar e prontas para elogiar! Observe mais os acertos do que os erros. Lembre-se: elas tem uma longa jornada pela frente para aprender. Considere cada esforço delas, ainda que imperfeitos, na tentativa de fazer o melhor pelo esposo e filhos.
9. Noemi não fazia cobranças, nem se valeu de sua situação para menosprezá-la.Depois da firme decisão de acompanhar sua sogra, Rute, como estrangeira, viúva e pobre, teria motivos para se sentir inferiorizada, sem nenhuma perspectiva de vida. Era totalmente dependente de sua sogra naquela terra estranha. Noemi não fez cobranças a Rute, dizendo: “não vai sair para trabalhar? Eu sou velha e não tenho nada a ver com você. Já que viestes, tens que te mexer; faça alguma coisa!”.
Que sogra linda era Noemi! Tudo nos faz crer que Noemi esperou para ver que atitude sua nora tomaria. Rute decide: “vou recolher espigas no campo daquele que me permitir”. “Vá minha filha”, respondeu Noemi (Rt 2.1-2). Que linda lição! Rute vai e cai exatamente no campo de Boaz, que era do clã de Elimeleque. Deus é fiel.O que a influencia sadia de uma sogra pode fazer na vida de uma nora!
Pense nisso: como estou influenciando minha nora? Uso minha estabilidade emocional, espiritual e financeira para apoiar e edificar a sua vida, ou torno cada dia da vida da jovem mãe e esposa dos meus filhos um eterno tormento? Reflita.
10. Noemi não era invejosa, nem tinha Rute como uma concorrente (Rt 4.14-17). Pelo contrário, ela incentivou a sua nora, Rute, a buscar a felicidade. Noemi comemorou cada plano bem-sucedido de Rute. Ela vibrava com a sua felicidade. Noemi não sem prendia a sentimentos mesquinhos de ressentimento e inveja, mas alegrava-se ao saber que Deus, através de Rute, suscitaria um “redentor”, um “nome”, à sua linhagem. Ela estava feliz pelo que Deus estava fazendo na geração seguinte. Noemi entendeu o seu lugar no plano divino. Depois de casada com Boaz e já uma mãe bem-sucedida, não vemos Noemi com ciúmes da felicidade de Rute, mas a vemos participando de cada momento com o entusiasmo de uma mãe.
Uma sogra que cumpre o seu papel, será instrumento de Deus para suas noras, fillhos, netos e para toda a família. No nascimento de Obede, as pessoas louvam mais a sogra que a nora, que é a mãe do bebê. Rute não se sente minimizada, pelo contrario, de maneira magistral, reconhece sua sogra como uma mãe, uma conselheira e uma verdadeira conhecedora do Deus que muda situações.

Queridas, já escrevi muito sobre as sogras e ainda teria mais. Se não tiver cuidado vai sair outro livro com esse assunto tão emblemático! Que não sejamos ameaça na vida de nossas noras, mas mãe e amigas. Rute e Noemi viveram juntas por muito tempo e ainda assim conseguiram ser amáveis e bondosas no seu relacionamento. Tenho certeza que esse livro, como todos os outros, foi escrito com um propósito claro de nos mostrar na prática que é possível sogra e nora amarem-se e viverem unidas no temor do Senhor.
Na próxima postagem falarei sobre as noras. Preparem-se. E espero fazer um teste com noras e sogras para assim saberemos onde devemos melhorar e agradarmos em tudo ao Senhor.
Tenha uma semana em paz . E como sogra, procuremos melhorar e amadurecer no Senhor.
Meu abraço a todas!
Deus abençoe.

Pedras de Esquina Lavradas


As moças solteiras, segundo a Palavra de Deus, são como “pedras de esquina lavradas, como colunas de um palácio” (Sl 144.12). Você, moça, é chamada para ser como aquela que embeleza e dá sustentação ao palácio do seu corpo. O seu corpo é o seu palácio. Você é o sustentáculo moral e a guardiã da pureza. Está nas suas mãos o comportamento moralmente correto de uma sociedade. Esse princípio está implícito nas letras da lei mosaica:

Não contaminarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se; para que a terra não se prostitua, nem se encha de maldade (Lv 19.29).

Quer medir a moral de um povo? Observe suas jovens moças e mulheres. Foi por isso mesmo que Deus ordenou aos pais das moças: cuidem da pureza sexual de suas filhas! E você, mulher e moça solteira, cuide-se também. Valorize-se! use toda sua condição atual para edificar o seu caráter em santidade e temor a Deus. Se vier a casar, tudo isso terá sido um grande investimento na qualidade do seu casamento. Se não casar, você continua sendo depositária de um tesouro inestimável que é a pureza – condição indispensável para ver a Deus.
Ah, se as moças solteiras soubessem a riqueza que é ser coluna e pedra de esquina lavrada! Não se contentariam com os manjares deste mundo! Pedra lavrada é pedra trabalhada. Você possui um espírito que se deixa ensinar? Você está aproveitando esses maravilhosos anos em que desfruta de plena liberdade para ser trabalhada pelo Senhor, ou tem se ocupado com coisas vãs, alimentando a sua carne? Todo esse trabalho do Senhor é para que você cumpra com excelência os seus propósitos nesse mundo. Ele mesmo é quem desenha os ornamentos em você! Cumpre a você somente amar o que Ele ama e desprezar o que Ele despreza.

Como coluna, você deve sempre ser a que sustenta a moral dos que lhe cercam, e a sua própria. É como já ouvi dizer: seus modos, moça, convidam o homem para ser um cavalheiro ou um perfeito animal. O que você quer? Também ouvi por estes dias que o nível moral de uma sociedade é o nível do caráter feminino. Quando um homem ama uma mulher ele tem que se fazer digno dela. Então, seja firme! Você é coluna que sustenta! Os rapazes santos que estão sendo preparados para ser bons maridos precisam de você para que a casa deles permaneça de pé.
Não tenha medo em elevar os seus padrões morais. Não aceite ninguém que a rebaixe moralmente. Deseje andar altaneiramente como a águia. Se for o plano de Deus que você case, Ele enviará aquele servo fiel que a amará e a protegerá todos os dias da sua vida e você dirá: “Valeu a pena esperar!”.
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Judite Alves

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