terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Você é resoluto?




“Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos corações sábios” 
(Salmos 90.12)

O fim de mais um ano chegou e um novo ano nos espera. É claro que o novo sempre nos deixa apreensivos de certa forma, pois a expectação do futuro é sempre acompanhada de certa ansiedade. É com razão que dizem que o futuro a Deus pertence. Não o conhecemos, nem podemos controlá-lo, ainda que seja uma realidade iminente e inexorável. E como não temos domínio do futuro, Moisés nos conclama a usarmos nossas experiências passadas e presentes com o fim de no futuro recebermos seus dividendos. E não há nada melhor, para o início do próximo ano, do que colocar no topo de nossa lista de resoluções esta oração de Moisés.

Em outras passagens encontramos afirmações que seguem esse mesmo princípio: a Palavra nos diz que aquele que confia ao Senhor as suas obras, tem fé de que Deus é poderoso para cumprir as promessas e até com o desejo do coração. O sábio fez uma colocação certeira ao dizer: “confia ao Senhor as tuas obras, e os teus planos serão estabelecidos” (Pv 16.3). Numa outra versão lemos o seguinte: “Entregue ao Eterno o comando do seu trabalho, e o que você  planejou dará certo” (Bíblia de Estudo A Mensagem). E em outra tradução, na NTLH, lemos o seguinte: “Peça a Deus que abençoe os seus planos, e eles darão certo”.

É comum que na última semana do ano se faça algumas resoluções para o ano vindouro. Planejamos e planejamos, e às vezes colocamos tantas metas em nossas listas que não dá para as cumprir cabalmente. Eu mesma me deparei esse ano com aquelas resoluções que fiz no final do ano passado e muitas delas não foram atingidas. Porém, nem por isso deixarei de me planejar para o ano vindouro, e eu até tenho por meta pôr como prioridade as metas não-cumpridas neste ano de 2017. 

Essas resoluções são uma espécie de balanço que fazemos do nosso dia a dia, e baseadas neste balanço, organizamos as metas para o futuro. Mas devemos colocar todas essas resoluções nas mãos do Senhor, pois somente Ele pode nos dá sabedoria para tal escolha e prática. De fato, nem tudo o que planejamos Deus aprova, e é disso que fala a oração de Moises: ensina-me a contar os meus dias, ou seja, ensina-me a definir minhas prioridades, minhas metas, e se algo sair mal, mostra-me o que é melhor, Senhor! Seguramente, Ele nos responderá: “Até à velhice Eu serei o mesmo, até às cãs eu vos carregarei” (Is 46.4). 

Aqui estão algumas resoluções que acredito que poderão ser úteis a você, assim como foram úteis para mim. É um desafio, mas com a ajuda de Deus conseguiremos atingir a meta.

  • A cada dia farei meu devocional, terei meu momento de oração em que falarei com Deus e Ele falará comigo;
  • Serei uma frequentadora assídua de um círculo de oração e, dentro do possível, não perderei os cultos;
  • Visitarei uma vez por semana um enfermo ou um necessitado;
  • Vou orar pelos que me perseguem e pedirei a Deus misericórdia por eles.
  • Tirarei tempo para dar assistência à minha família (marido, filhos e casa);
  • Cuidarei do meu corpo que é templo e morada do Espírito Santo.
  • Farei meus exames de rotina.
  • Procurarei em tudo que fizer glorificar o nome do meu Deus;
  • Ajudarei aquele que chegar junto a mim com alguma necessidade;
  • Buscarei imitar a Cristo em tudo o que fizer, como um filho amado;
  • Nunca darei lugar à cobiça nem à desonestidade;
  • Cumprirei um plano anual de leitura bíblica e farei outras boas leituras nos momentos livres;
  • Não perderei meu tempo livre com programas que não me edificam, nem em rede sociais, desperdiçando palavras em conversas sem objetivo;
  • Procurarei agradar ao meu Senhor em tudo e Fl 4.6-8 será o meu texto áureo.

Talvez, ao ler essas resoluções, você questione se elas se adequam à você. Mas elas são como um modelo para que você faça as suas próprias metas. Eu tenho muito mais metas, além dessas. Para saber preparar as suas, sugiro que pergunte a sim mesma: “o que quero para este novo ano? O que Deus quer de mim? E, por último, o que posso fazer ou dar ao Senhor?”. Se conseguir responder a essas três perguntas, você saberá fazer suas resoluções. Se tiver qualquer dúvida, nos procure pelo email, e na medida do possível responderei. 

Deus nos ajuda a atingirmos essas metas, aliás, Ele é o maior interessado em realizar os desejos do coração que se alinham à vontade dEle. Deus conta com você para que seja organizada, disciplinada e diligente. E aqui estão algumas dicas que podem lhe ajudar no processo de se manter na linha, enquanto atravessa os dias, é uma forma de vigilância quanto às resoluções para o ano novo.


1. Ore cada dia pedindo sabedoria ao Pai para cumprir as resoluções daquele dia.

2. Dê uma olhada na relação das resoluções e anote a hora que serão realizadas durante o dia. Exemplo: minha primeira resolução é o devocional, então eu preciso planejar qual o melhor horário e reservar aquele tempo.

3. No final de cada dia faça uma avaliação do seu desempenho, anote o que deixou de fazer, o que fez pela metade, se perdeu tempo em coisas supérfluas.

4. Tire proveito de seu dia, viva cada dia com fé, graça e alegria do céu. Fazendo assim você será um instrumento de benção no seu lar, na igreja e na sociedade.

5. Procure não acumular coisas amargas no coração, tais como ressentimento, ira, insatisfação, pois são cargas que podem nos levar ao adoecimento.

6. Exercite o perdão, se não tiver forças para perdoar, peça a Deus e Ele lhe dará.

7. Enfim, viva cada dia como se o Senhor estivesse voltando. Pense em como será esse encontro. O meu desejo é receber as boas-vindas : “servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”. 



Que Ele nos ajude a sermos fieis. O próprio Jesus disse: “quando o Filho do homem vier, achará fé na terra?”. Que não nos encontremos no grupo dos incrédulos! Vivamos por fé neste novo ano e não por vista, destarte aprofundemos nossa comunhão com o Pai e com os que nos cercam, pois este é o desejo de Deus. Assim, frutificaremos onde Deus nos tem plantado. A vida passa rápido, e só temos uma oportunidade de vivê-la. Viva com fé, guardando tesouros na eternidade. Faça escolhas das quais não venha a arrepender-se mais tarde. Coloque-se diante de Deus e Ele lhe ajudará no novo ano.

Deus abençoe o ano de 2018! Deus abençoe a sua vida!


Sua conserva,

Judite Alves

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Que boa herança recebemos da Reforma?




Hoje comemoramos 500 anos da Reforma Protestante. No século XVI, Martinho Lutero lançou seu apelo à reforma da Igreja. Ele afixou à porta da igreja de Witenberg 95 teses, cujo teor resume-se nos cinco pilares da reforma: Sola Gratia (a salvação é somente pela graça), Sola Scriptura (a crença cristã é baseada somente nas Escrituras, não nas tradições estabelecidas pela Igreja); Sola Fide (os cristãos são justificados - trazidos a uma relação correta com Deus - pela sua fé, não as suas boas obras), Sola Christus (Cristo é suficiente no processo de salvação, e homem algum pode ser salvo por si mesmo), Soli Deo Gloria (a glória é dada somente a Deus). Ele ensinou também sobre o sacerdócio de todos os crentes (todo cristão - do povo ou do clero - tem uma vocação à santidade e ao ministério).

Não podemos passar essa data sem que falemos dos benefícios que recebemos, como igreja, dessa tremenda mudança no curso da história da igreja cristã. Aqui estão alguns pontos que quero destacar, dando ênfase ao que toca a vida da mulher. Ela também faz parte da Reforma. Vejamos:


1. VALORIZAÇÃO DAS ESCRITURAS. A leitura da Bíblia deve ser realizada a partir de Jesus Cristo. Essa compreensão é fundamental para a atuação das mulheres. Jesus minou os abusos da cultura judaica, tratando as mulheres com grande respeito e dignidade. Vejamos: 

Ele falava às mulheres (Jo. 4.1-27);
Ensinava-as (Lc 10.38-42);
Discutia verdades teológicas (Jo. 11.21-27 e os citados acima);
Viajava com elas (Lc 8.1-3);
Aceitava o suporte financeiro e ajuda ministerial delas (Mc 15.40, 41 / Lc 8.3);
Usava-as como exemplo em seus ensinos (Mc 12.41-44)

Ele desafiou, desta forma, a cultura que menosprezava as mulheres, dando-lhes dignidade. A Reforma, por seguir os padrões das Escrituras, também valorizou as mulheres em suas atividades, abolindo todo preconceito que havia contra as mulheres, incentivando-as a estudar, a casarem-se e a ensinarem seus filhos.


2. MINISTÉRIO
Com a Reforma, a convicção de que ministério é um chamado de Deus para responder às necessidades da Igreja em todos os tempos, valorizou todos os serviços prestados a Deus, mantendo as distinções de papeis em determinados ofícios ministeriais. Dentro da concepção protestante, especialmente o sacerdócio geral dos crentes e a pregação do Evangelho assumem relevância. Portanto, com a Reforma, houve uma correta compreensão dos ministérios na igreja.

3. TRABALHO FEMININO.
Lutero enfatizou a ética do trabalho (Berufsethik), sustentando que todo trabalho é digno e tem igual valor. Não somente o trabalho espiritual agrada a Deus, mas todos os trabalhos são importantes; isso engloba, também, o trabalho cotidiano e normal das mulheres. Um texto muito importante de Lutero é o livro “Da Liberdade Cristã” (20 de novembro de 1520). As teses principais desse escrito dizem que “o cristão é um senhor libérrimo sobre tudo, a ninguém sujeito” e que “o cristão é um servo oficiosíssimo de tudo, a todos sujeito”. A primeira tese é válida “na fé”; a segunda, “no amor”. Esse tratado também encorajou as mulheres a assumir a sua própria forma de viver a vida, e assim muitas deixaram de viver enclausuradas no convento. Com este ensino, foi que as sociedades floresceram e nações prosperaram.

Lutero prezava a mulher como educadora dos filhos, pois considerava esta tarefa “a obra mais nobre e preciosa do mundo” (1). Ele diz que pai e mãe são responsáveis pela educação.

Isso foi especialmente importante naquela época, pois havia duas classes de mulher: a mulher celibatária, cujo status religioso era considerado o mais elevado e perfeito, e a mulher casada, considerada um ser de segunda classe. Numa procissão, por exemplo, as mulheres formavam o último grupo, e, durante certos períodos, como da menstruação e da gravidez, não podiam participar da ceia da comunhão, nem frequentar a igreja. A Reforma mudou esses conceitos.

4. INCENTIVO AO ESTUDO
Além de serem incentivadas e valorizadas nos seus trabalhos domésticos, as mulheres foram estimuladas a aprender a ler, para lerem a Bíblia. Encontramos registros na história de inúmeras mulheres reformadas que se tornaram escritoras, teólogas, professoras de línguas antigas, regentes, intelectuais, compositoras. Visto que a educação era importante para meninos e meninas, Lutero empenhou-se pela criação de escolas para ambos os sexos.

5. SUBMISSÃO FEMININA
Lutero afirmava que a mulher era subordinada ao homem, tendo como tarefa principal gerar e criar filhos. Seu meio de influência ficaria restrito à sua casa, e não caberia a ela intrometer-se em questões políticas ou eclesiásticas. Claro, ele tinha por base a doutrina bíblica paulina da subordinação da mulher, e a ordem da criação (Ef 5.24 / Gn 2.7 / 1 Tm 2.13).

Isso, contudo, não quer dizer, absolutamente, que Lutero e as ideias da Reforma, menosprezavam a mulher. Ele escreveu cartas à sua esposa Katharina, e nelas ele também pedia sua opinião sobre questões político-eclesiásticas. Não obstante ser de opinião que uma mulher não é capaz de exercer liderança política ou eclesiástica, ele escreveu a algumas mulheres regentes, como Maria da Hungria e Catarina da Saxônia, que continuassem a promover a Reforma em seu território.

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O verdadeiro cristianismo, então, valoriza a mulher, ainda que não lhe atribua um status semelhante ao do homem, como erroneamente defendem os feministas evangélicos.

Com isso concluímos que onde quer que o Evangelho chegue, haverá uma valorização dos mais frágeis, como mulheres, crianças, idosos, debilitados, órfãos e viúvas. A Reforma trouxe o olhar das pessoas para a leitura da Bíblia sob a perspectiva do Evangelho, ou seja, Jesus é o modelo de tratamento que devemos dispensar a toda pessoa. Começando por Cristo, os demais apóstolos valorizaram o papel da mulher tanto na família como na igreja. 

Que possamos ser como Lutero em nosso tempo: combatendo tudo o que se levante contra a Palavra de Deus.

Soli Deo Gloria!

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Judite Alves

domingo, 22 de outubro de 2017

Cem anos das misericórdias do Senhor sobre a vida de uma mulher!

Ontem vivemos um momento único em nossa história: a abertura dos cem anos de nossa igreja, uma comemoração das primeiras sementes de fé plantadas no nosso estado. A pequena semente do Evangelho cresceu tornando-se uma grande árvore, oferecendo abrigo para todos que nela vêm se refugiar.

E lá, eu descobri algo que aqueceu o meu coração: nossa igreja nasceu das misericórdias do Senhor sobre uma mãe perdoada! A irmã Rute, filha do pastor Joel e Signe Carlson, nos disse que sua avó materna recebera de Deus um chamado missionário, mas não foi obediente à visão celestial, antes, casou-se com um homem que tinha propósitos diferentes daqueles que Deus havia-lhe preparado. Mas nos últimos dias de vida, ela pediu graça ao Senhor que lhe concedesse que pelo menos um de seus filhos dedicasse sua vida ao Reino de Deus. Deus não somente atendeu àquele clamor, como fez com que TODOS os seus filhos fossem missionários. Além de sua mãe, a irmã Signe, seus tios e uma tia dedicaram suas vidas a Deus, a ponto de um deles, sua tia, ser sacrificada na África, por amor ao Evangelho.

Eu pensei do meu lugar: que linda a misericórdia de Deus! Uma mãe aflita por não ter cumprido o chamado de sua vida roga ao Pai para que lhe perdoe e conceda-lhe a misericórdia de ter um de seus filhos envolvidos naquilo que havia rejeitado. Essa é a mensagem que lemos nas Escrituras, livro após livro: em Adão, Deus envia Sete; em Noé, um dilúvio que salva a ele e à sua família; em Abraão Deus envia Isaque, em Jacó, a bênção de ter José. Com a nação de Israel, profeta após profeta traz uma mensagem de tristeza pelo desvio e desobediência do Seu povo, mas também suspiros de um Pai amoroso, pronto para perdoa-los.

"Como posso desistir de você, Efraim? Como posso entregar você nas mãos de outros, Israel? 
...O meu coração está enternecido, despertou-se toda a minha compaixão. Não executarei a minha ira impetuosa, não tornarei a destruir Efraim. Pois sou Deus, e não homem, o Santo no meio de vocês. Não virei com ira" (Os. 11.8-9)

Deus nos ama, irmãos! Somos prova viva disso! De uma mulher quebrantada Deus levanta um povo forte aqui em Pernambuco. Esse fato foi a concepção da nossa Igreja. Hoje somos crescidos, afinal, temos 100 anos, e ainda hoje devemos refletir sobre a bondade do Senhor em nossa concepção e infância. Ele cuidou de nós, sofreu conosco, quando os nossos pais, rejeitados e ridicularizados, pregavam o Evangelho nas ruas do nosso Recife. Deus cuidou de nós como uma mãe que cuida dos seus filhos. Quando em provação e sentimento de abandono, Deus se revelou e pegou em nossos braços, como uma Pai faz com seu filho pequeno.

No fim de uma vida, uma luz de esperança se acende: vem de uma mãe, que chora sobre seus filhos. São as aljavas do Senhor que cumpririam aquele chamado rejeitado. Na nuvem mais escura, brilhou o arco da aliança de Deus. A uma mulher contrita e arrependida, Deus mostra seu favor com tanta ternura!

Como te deixaria, ó Pernambuco? Exclama o Senhor hoje. O coração do Senhor está enternecido, cheio de compaixão. Para que nos livrasse da ira, Ele não poupou o Seu próprio Filho. Essa é a paciência do nosso Deus! As ternas misericórdias do Senhor, cujos pensamentos e caminhos que nutre a respeito dos pecadores que a Ele retornam, estão tão elevadas quanto o oriente dista do ocidente. Deus sabe perdoar e nós somos frutos do perdão de Deus. Ele é fiel para te perdoar!

Nosso Deus é infinitamente justo e infinitamente misericordioso. Sua bondade mostra o quanto carecemos dele para corrigir nossas desobediências e desvios. É a bondade dEle sobre nós que nos faz triunfar. Não nos esqueçamos, irmãos, das misericórdias do Senhor. Ele é o que perdoou as iniqüidades, que sarou todas as enfermidades, que redimiu nossa vida da perdição e nos coroou de benignidade e de misericórdia. Ele não castiga para sempre nem nos trata segundo os nossos pecados, nem nos recompensa segundo as nossas iniqüidades. Ele, como fez na vida daquela mulher, quer revelar mais uma vez o Seu amor por nós, Pernambuco.

Arrepende-te! Volte para o Senhor! A misericórdia do Senhor é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos.

Bendiga ao Senhor, todos os santos de Deus! 

Bendize, ó minha alma, ao Senhor!


Judite Alves

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Aqui estão as fotos desse inesquecível dia:




















Aqui estão os vídeos deste grande dia:


sábado, 14 de outubro de 2017

Lições da vida de Katharina von Bora


Katharina von Bora (1499-1552) foi a esposa do maior exponente da Reforma protestante, Martinho Lutero, e era exemplo de engajamento pela causa do Evangelho. Devido à sua personalidade forte e suas qualidades administrativas, Lutero a chamava, por vezes, de “meu senhor Käthe”, ainda que ela o chamava respeitosamente de “senhor Doutor”.

Catarina teve que ser forte, considerando que teve seis filhos, dos quais dois não alcançaram a idade adulta. Mas além dos próprios filhos, o casal chegou a criar mais oito filhos de parentes próximos. No grande convento, em que a família morava, sempre havia estudantes de teologia que alugavam quartos. Também eram acolhidas pessoas idosas e doentes, além de muitos visitantes dos mais diversos lugares que vinham a Wittenberg, para conversar com o Reformador. Lutero prezava a forma como Katharina gerenciava a casa, mas ele também a amava como educadora dos filhos e, também, como esposa que o animava em momentos de dificuldade e depressão. Katharina foi a primeira “esposa de Pastor” luterana (Pfarrfrau – Frau Pfarrer), a dona da “casa pastoral evangélica” e o modelo para as próximas gerações.


Katharina foi uma das várias freiras que logo aceitaram as idéias protestantes e depois fugiram do convento. Martinho Lutero, que encontrou maridos para algumas dessas ex-freiras, tentou várias vezes encontrar um marido para Katharina antes de se casar com ela. Eles foram casados ​​por 21 anos. Kathie morava numa casa que era, na verdade, seu antigo mosteiro. Ela cuidava de um grande jardim, pescava, cultivava e cuidava do gado.

Há muitas qualidades que aprendi com a vida dessa grande mulher de Deus. Se lermos Provérbios 31.10-31, veremos que Katharina von Bora tinha a maioria das características citadas ali:

  • Era mulher virtuosa; 
  • Tinha muito valor (um caráter invejável); 
  • Era perseverante; 
  • Cuidava dos menos favorecidos; 
  • Cuidava bem dos filhos e da sua casa; 
  • Era companheira fiel; 
  • Paciente; 
  • Trabalhadora; 
  • Humilde; 
  • Educava os filhos; 
  • Fazia sempre o bem; 
  • Era uma estudiosa da Bíblia 

Katharina descobriu a grandeza do seu papel no Reino de Deus, e assim, o domínio de Jesus começou a avançar neste mundo.

Na biografia de Martin Luther, Here I Stand, o estudioso Roland Bainton escreve: “O Lutero, que se casou para testemunhar a sua fé, na verdade fundou um lar e fez mais do que qualquer outra pessoa para determinar o tom das relações domésticas alemãs para os próximos quatro séculos”. Bainton também comenta que os primeiros escritos de Lutero sobre o casamento criam a impressão de que "o único objeto do casamento é servir como remédio para o pecado”. Mas depois de seu próprio casamento, sua ênfase mudou, e ele começou a retratar o casamento como uma "escola de caráter". Nesse sentido, o casamento tira de cena o mosteiro, considerado pela igreja Católica como o campo de treinamento da virtude e o caminho mais seguro para o céu. Lutero dizia a respeito do casamento: “É claro que o cristão deve amar a sua esposa. Ele é obrigado a amar o próximo como a si mesmo. Sua esposa é seu vizinho mais próximo. Portanto, ela deve ser sua amiga mais querida”.

Após um ano de casado, Lutero fala sobre sua “Kathe” dizendo: “minha Kathe é tudo, tão dedicada e encantadora, que não trocaria minha pobreza pelas maiores riquezas do mundo”. E mais tarde declarou: “não há na terra um laço tão doce, nem uma separação mais amarga como a que ocorre no bom casamento”.

Lutero faleceu em 1546, Katharina ainda viveu mais seis anos e viu seus filhos atingirem a idade adulta, alcançando posição de influencia na sociedade, exceto os que morreram crianças. O mais velho (Hans) estudou direito e tornou-se conselheiro da corte. O segundo (Martin) estudou Teologia, o terceiro (Paul) tornou-se um médico famoso, e a terceira filha (Margareth), pois as outras duas faleceram, casou-se com um rico prussiano. Segundo um historiador, os descendentes de Lutero que ainda vivem, descendem de sua filha Margareth, dentre eles está o ex- presidente da Alemanha, Paul Von Hindenburg.

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É emocionante resgatarmos histórias como essas! Porque vidas se deram ao Senhor, hoje podemos desfrutar do resultado de tamanha entrega.

Finalizo contando o ultimo episódio da vida de Lutero, falando em relação à Katharina von Bora, extraído do livro “Grandes Mulheres da Reforma”:
“Minha querida Kate, me mantém jovem, e em boa forma também… Sem ela, eu ficaria totalmente perdido. Ela aceita de bom grado minhas viagens, e quando volto está sempre me esperando com alegria. Cuida de mim nas minhas depressões e suporta os meus acessos de cólera. Ela me ajuda em meu trabalho, e acima de tudo ama a Cristo. Depois Dele, ela é o maior presente que Deus já me deu nesta vida. Se algum dia vierem escrever a história de tudo o tem acontecido (A Reforma), espero que o nome dela apareça junto ao meu. Eu oro por isso…”

Ao tomar conhecimento dessa declaração Katharina respondeu: "Tudo o que tenho feito se resume a simplesmente duas coisas: ser esposa e mãe, e tenho certeza que sou uma das mães mais felizes da Alemanha”.

A vida de Katharina me lembra o que aconteceu com Jesus na casa de Lázaro: o nardo puro foi derramado sobre o Senhor. Katharina deu o seu melhor ao Senhor, por isso, onde a história da Reforma for citada, será dito seu nome, para sua memória.

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Judite Alves

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Nossos filhos precisam de socorro!




Foi noticiado ontem que uma quadrilha de menores estava roubando condomínios em São Paulo. São garotos de 11 a 15 anos que se passam por moradores ou ficam amigos de outras crianças dos prédios. Eles enganam os porteiros e entram nos apartamentos. E não são adolescentes de baixa renda, antes, são meninos de classe média. Eles entravam nos condomínios portando iPhones, hand spinners e outros equipamentos populares. Dessa forma, os porteiros nem desconfiavam das intenções destes rapazes.

Após a entrevista, uma neuropsicóloga fez um comentário. Foi curioso ouvir a opinião dela. Perguntada sobre onde estariam os pais desses jovens, a psicóloga respondeu retirando a responsabilidade dos pais e atribuindo à escola o dever de educar. Não é só a família a responsável, mas também a escola, segundo a psicóloga. Para ela, deve haver uma união entre a escola e a família. Neste ponto da entrevista, o entrevistador traz novamente as rodas para os trilhos: "Você fala da união da escola com a família, e eu penso aqui na união dos pais com os filhos". Ele foi no cerne da questão.

Precisamos, mais do que nunca, encarar de frente as responsabilidades que a vida nos dá. Temos, por herança, a mania de terceirizar tudo o que é o nosso dever. Eu digo por herança porque herdamos de Eva esse hábito. Ao ser indagada por Deus sobre suas escolhas, Eva desvia olhar de si mesma, e o põe sobre Adão. Ele, por sua vez, coloca-o sobre a serpente. O que me chama a atenção é ver o tratamento de Deus: cada um foi responsabilizado por suas más escolhas. Sobejavam-lhes direitos, eles tinham liberdade plena. Mas não eram apenas direitos; haviam deveres positivos, como cuidar do jardim, dar nomes aos animais, e um negativo: não comer da árvore do meio do jardim. Sobre este recaía uma penalidade, caso não fosse cumprido. A pena foi aplicada à ofensa e de lá até os dias de hoje, Deus nos chama à responsabilidade sobre aquilo que nos foi dado como tarefa.

Quando a Bíblia faz referência aos dias de Noé, diz que Deus viu o que acontecia sobre a terra; mas jamais pensaríamos que um dia esse versículo se cumpriria em nossos dias. Assim registra o texto sagrado: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.7). 

Tudo começou lá no Éden, como falei. Quando a mulher e o homem pecaram, se afastaram do seu Deus, trazendo danos não só a eles mesmos, mas para toda humanidade. Em todas as épocas, o inimigo buscou destruir a família e principalmente as crianças, como nos tempos de Faraó, nos tempos de Herodes, e hoje não é diferente. Por isso o apóstolo Pedro adverte–nos: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda como leão buscando a quem possa tragar, ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre nossos irmãos no mundo” (1 Pe 5.8). 

A maldade está engastada às pessoas, como o próprio Jesus disse: “Como foi nos dias de Noé, assim será na vinda do filho do homem”. Como assim? A resposta temos no livro de Gênesis, quando lemos: “A terra, porém, estava corrompida; porque toda terra havia corrompido o seu caminho”. Você sabe o que Deus estava dizendo? Que em todas as classes da sociedade havia corrupção (Gn 6.12); e ainda acrescenta: “...porque a terra está cheia de violência” (Gn 7.13). A corrupção gera violência. O primeiro casal se corrompeu e o resultado foi um filho violento que matou o próprio irmão. 

Na verdade, o mundo está assustador, e por isso, muitas pessoas escolheram morar em condomínios por questões de segurança; mas eles são surpreendidos por crianças praticando vandalismo, roubo e enganando os porteiros como se fossem moradores, a fim de engrossar a fileira da corrupção. Que mundo é esse nosso? Mais uma vez vemos desculpas esfarrapadas sendo dadas. Eu chamo de “síndrome de Adão e Eva”. Em nenhum momento, assumem sua culpa, cada um joga a culpa para o outro, e por fim, culpam a serpente. O discurso é o mesmo: porque não tem pai, são filhos de pais separados, são pobres, e assim por diante. Pasmem, as crianças as quais me refiro são de classe média e têm residências fixas!

Neste mundo pós-moderno, permeado pelo relativismo, a verdade absoluta para muitos é inexistente, os princípios que norteiam as famílias são desprezados. O mundo pós-moderno quer viver sem contradição, sem frustração e sem limite. Ninguém pode contrariar o filho, e muito menos corrigi-lo. O pai ou a mãe desta família, que deveria ter seu papel protetivo, não pode atuar ou porque delegaram a terceiros suas responsabilidades, ou porque foram impedidos de assumirem seus deveres.

Pelo amor de Deus, onde vamos parar?! Não suporto discursos vazios, profissionais do comportamento humano falarem que a escola, a família e, mormente, os pais, estão falhando no que diz respeito aos cuidados, educação, afeto e seguir o filho de perto. Não entendo o fato de que esses mesmos defendem que os filhos escolham suas próprias companhias, que os pais não devem invadir a privacidade dos filhos, entre outros comentários que são feitos que não vale a pena repetir. Que tipo de pais serão nossos filhos e netos? Que cosmovisão terão? Queridos, é hora de parar para refletirmos: o que vamos colher desta semeadura, deste mundo que só sabe o que são direitos e não conhece os seus deveres?

O mundo pós-moderno quer viver sem contradição, sem confrontação, sem contrariedades, viver de maneira linear, sem atropelos, sem dificuldades. Com esta forma de viver, sem normas, sem limites, a criança, o adolescente e o jovem são insinuados a fazer o que lhes vier à cabeça; por exemplo, se recebe um “não” dos pais ou professores, procura matá-los, se engravida sem planejar, aborta, afinal de contas, alguém já falou que o bebê só é considerado pessoa quando levado da maternidade para casa... Que disparate! Este, infelizmente, é o mundo em que estamos vivendo.


A Bíblia é um manual que nos ensina de maneira magistral como devemos nos conduzir ética, moral e socialmente. A educação, o respeito e a moral são coisas que aprendemos, adquirimos. “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens dizia Pitágoras”. O sábio escritor bíblico aconselha: “Instrui o menino no caminho que deve andar, e quando envelhecer não se desviará dele” (Pv.22.6). Que façamos assim, para que tenhamos a chance de criar filhos que sejam uma bênção para nossa família, igreja e sociedade.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Feliz Dia dos Avós

Antigamente não ouvíamos falar do dia dos avós. Alguns acham que é pura invenção comercial, outros pensam que é muito importante lembrar essa data, afinal, os avós são pais dos pais; como alguns sugerem, pais duas vezes.
Mas, percebi nesse último domingo (dia dos avós) algo inusitado: de todas as mensagens que recebi, nenhuma falava do avô. Não sei se serei compreendida nos meus questionamentos, mas por que só recebi mensagens e vídeos falando da avó e não do avô?
Fico um pouco intrigada, pois a figura masculina não pode ser exaurida do contexto familiar, mas infelizmente é isso que estamos fazendo hoje. A sociedade hodierna vê com maus olhos as relações de autoridade, sendo a figura paterna o mais forte exemplo disso. Estudiosos das décadas passadas falaram que nos dias em que estamos vivemos presenciaríamos a morte da figura do pai e viveríamos em uma sociedade sem pais. Mas, se eliminarmos o pai do seu lugar, mais tarde veremos a ausência da dependência de Deus, pois a função paterna nada mais é que um reflexo da imagem perfeita do Pai Celestial. Observe que estamos vivendo num tempo de extrema auto-suficiência humana – cada um por si e sem Deus por todos, pois Deus estabelece o seu concerto através das famílias, especialmente pelos seus representantes paternos. Se eliminarmos a figura paterna assistiremos o total declínio da nossa sociedade, pois o indivíduo sem laços firmes com as gerações passadas não passará de um tição jogado ao vento.
Voltemos então para o dia dos avós (não somente da avó). Por que lembrar desse dia?
Norman Rockwell ~ grandpa teaching grandson to play accordian
Norman Rockwell ~ avô ensinando o neto a tocar acordeon
Alguém já disse que uma avó é uma mãe com açúcar e o avô é um pai com doce de leite. Que bom ser avós! Uma das funções dos avós é a de ser vigilantes da família, diz Belsky. São eles que intervém durante uma crise para estabilizar a família. Nessas horas, seu valor se ilumina e sua importância se revela. Alguém chegou a afirmar que os avós são a rede de segurança da família. Que linda função!
Uma das histórias mais belas da bíblia no que se refere a avós, é a história de Lóide, cuja fé não fingida foi transmitida ao seu neto Timóteo (2 Tm 1.5). Fascina-me também, no Antigo Testamento, o exemplo de Abraão. Observamos que Deus sempre que aparecia a Jacó dizia assim: “eu sou o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque”. Deus poderia dizer primeiro o nome de Isaque, que era o pai de Jacó. Mas aprendemos com isso que o avô serve como símbolo de ligação entre as gerações e no caso específico de Abraão, destaca-se que ele era o detentor das promessas. Aleluia!
Você, vovô ou vovó, é detentor das promessas de Deus para seus descendentes. Quem prometeu foi o Senhor (Gn 28.12-13). Por isso, não se sinta minimizado, nem se dê ao desprezo por ter recebido a benção de ser avó ou avô. Faça como Noemi, quando recebeu em seus braços seu neto Obede. Ela agradeceu a Deus e suas vizinhas diziam: “bendito seja o Senhor… o seu nome será afamado em Israel… ele será recreador da tua alma” (Rt 4.14-16).
Num mundo onde a juventude é celebrada e onde é desprezada a maturidade, somos tentados a sentirmos que os anos não nos trazem bons dividendos. Mas não é isso o que aprendemos nas Escrituras! O lugar do ancião e do idoso, ou do que possui experiências de vida é um lugar de honra. Eles sempre estão presentes nas grandes e difíceis decisões de uma nação, de uma família, ou da igreja. E no livro de Daniel vemos o próprio Deus sendo chamado de o “ancião de dias”. O seu lugar para Deus, querido vovô e vovó, é de tão nobre honra, que Ele permite-se ser comparado, em sua eternidade, a um homem de idade. Os anos conferem sabedoria, dignidade e respeito. Pelo menos deveriam ser assim.
Não tenha medo dos anos que correm. Sinta-se honrado por Deus por poder contemplar a sua posteridade, pois na Bíblia, é sinônimo de bênção divina ver os filhos do filhos, ou ter os anos multiplicados. Se o mundo despreza o lugar dos avós, ou dos anciãos, elevando ao seu posto uma jovialidade bela, mas vazia de conteúdo, lembre-se do que disse o profeta Isaías:
“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.
Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão;
Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão”(Isaías 40:28-31)
A beleza dos anos são mais cativantes do que a beleza da juventude, pois ela carrega em si o que é durável, um tesouro que não pode ser roubado: são as experiências, a maturidade e a resistência às tempestades da vida. Essa geração precisa de você, precisa dos avós, precisa mais do que rostos bonitos que se olham no espelho. Nós somos o fio que une nossos filhos aos antepassados e que neles vislumbra o futuro na face de um bebê. Ocupe o seu lugar no mundo e seja aquele elo que resgata as antigas verdades e os bons hábitos.
E os dias que se passam? Que eles sejam a esperança de uma vida eterna, e que você se satisfaça sempre ao contemplar em seu rosto a face do Senhor, quando acordar (Sl 17.15).
Uma boa semana a todos! Que o Senhor abençoe a cada um!
Judite Alves

P. S. Numa outra postagem falaremos sobre a dádiva da maturidade.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Como Inspirar Seu Marido a Ser um Líder

Vivemos em tempos difíceis. Todo caos estabelecido no mundo veio e vem sempre da desobediência aos princípios divinos. Ao criar o mundo, Deus viu que tudo era bom. Natureza, homem e mulher, cada qual no seu lugar e cumprindo o seu papel, geravam a harmonia na criação. E então surge a primeira rebelião que traria consigo a desordem no mundo. Como se deu? Pela desobediência da mulher, ao passar por cima da ordem dada por Deus, não a ela, mas a Adão, seu marido. Adão, por sua vez, enfraquece a sua autoridade quando aceita pecar contra Deus.
É lá no Éden que vemos os primeiros sinais de enfraquecimento da autoridade masculina. Deus fez o homem para dominar. A mulher, feita do homem, foi criada para ser sua correspondente, ajudá-lo no seu trabalho. Feita igual ao homem em valor e honra, mas criada para cumprir um papel bem diferente. Dotada de habilidades diferentes das do homem, Eva foi feita para gerar e nutrir a vida ao lado do seu marido.
Quando falamos da importância da mulher permanecer no seu chamado, eis que surge, entre tantas outras, a questão: “não é somente a mulher que está fora do seu papel. Muitas de nós fazemos as vezes do homem porque ele não assume o seu lugar de líder, chefe e provedor. É sempre dependente de nós e espera que tomemos a iniciativa sempre. O problema não está neles?”.
Para responder esse questionamento precisaríamos de muitas linhas. A questão não é tão simples quanto parece e qualquer resposta rápida correrá o sério risco de tratar superficialmente um assunto tão complexo. Posso cometer erros ou desprezar questões mais profundas enraizadas em nossa história. Não farei isso agora. Quero apenas chamar a sua atenção para algumas atitudes práticas que, como mulheres, precisamos tomar para que o homem seja motivado a ser aquilo para o qual foi criado: líder e cabeça no lar.
Podemos com simples atitudes e palavras, inspirar sua liderança. Afinal, não foi para isso mesmo que fomos criadas? Somos ajudadoras. De quem? Deles, dos homens. Não fomos chamadas para sermos opositoras, como ensina o mundo. Uma mulher que dá a devida honra ao homem receberá em troca amor, cuidado e provisão. Não é isso mesmo o que mais desejamos?
Então, segue a lista de atitudes que inspiraram homens a serem líderes em seu lar:
  1. Antes de tomar qualquer decisão importante, ouça-o e considere sua opinião.
  2. Não o exponha publicamente, se não concorda com ele. Chame-o particularmente para uma conversa. Se precisar discordar, faça-o respeitosamente. Isso vale para o ambiente do lar, diante dos seus filhos.
  3. Jamais diminua-o. Trate-o com respeito, dando-lhe a devida honra de cabeça do lar. Jamais faça piadas com ele.
  4. Elogie sempre o seu esforço e diga o quanto admira o seu trabalho, seja o que for.
  5. Se você é intelectualmente mais preparada que ele, traga-o para junto de si, em vez de aumentar a diferença. Comente suas leituras e, de alguma forma, faça com que ele leia os mesmos livros que você.
  6. Diante de um fracasso, não o ridicularize nem diga: “bem que eu falei”. Ofereça apenas o ombro amigo. Nessas horas, muitos deles querem apenas a nossa prontidão em ouvir e nossa disposição em “segurar as pontas” com ele. Em outro momento, você poderá aconselhá-lo, se for necessário.
  7. Jamais fale mal dele na sua ausência e principalmente na sua presença. Uma mulher que fala mal do seu marido desrespeita-o, e ao fazer isso semeia para si mesma o desrespeito. Honre-o, quer ausente, quer presente.
  8. Mantenha o seu lar limpo e organizado. Faça com que o seu serviço fale por você e transmita a mensagem de que é feliz ao favorecer um ambiente harmonioso. Se precisar de uma ajuda na organização, pergunte com amor se pode contar com ele, mas jamais obrigue-o.
  9. Mantenha-o atualizado sobre os acontecimentos do lar, casa e filhos. Conte-lhe sobre as atividades diárias, a escola dos filhos… Aproveite para pedir aconselhamentos sobre como agir diante de alguns acontecimentos diários.
  10. Aceite suas críticas. Precisamos sempre melhorar. Não fique com raiva nem guarde mágoa no coração por ter sido repreendida. Agradeça por ele ter sido sincero com você e faça disso uma oportunidade de crescimento.
  11. Planeje com cuidado os momentos de adoração em família para que ele tome a frente. Durante o culto, não o interrompa. Se tiver considerações a fazer, faça com discrição e sabedoria.
  12. Tire suas dúvidas sobre questões espirituais com ele. Se ele não souber, convide-o a buscar ajuda na igreja, com um pastor ou crente mais maduro e conhecedor das Escrituras.
  13. Cultive a intimidade. Atenda às necessidades do seu esposo de modo que ele tenha suporte para manter-se como exemplo de pureza para os filhos. Se fizer assim, você não o colocará em situações de vulnerabilidade ao pecado.
  14. Crie momentos para que ele esteja a sós com seus filhos e não os importune. Deixe-o ser pai dos seus filhos.
  15. Admire-o sempre. Diga o quanto ele é lindo, atraente e o amor da sua vida. Ressalte seus pontos fortes.
  16. Mantenha-o informado de toda sua vida. Não deixe nenhum rastro de dúvida em relação às suas condutas, passos e pensamentos. Deixe-o ter acesso a todas as suas amizades, contatos, dê-lhe a senha do email e demais redes de relacionamento.
  17. Não aceite desrespeito por parte dos seus filhos. Não ceda aos jogos de manipulação muito usados pelas crianças e adolescentes. Procure ter sempre a mesma palavra que o seu marido. Faça seus filhos entender que você jamais usurpará a autoridade dele em troca da atenção e amor dos filhos. Assuma esse risco e você receberá em dobro o amor e ainda um profundo respeito dos seus filhos quando estes crescerem.
  18. Deixe que ele tenha a última palavra.
  19. Consulte-o sempre nas questões financeiras. Não seja gastadora, nem compre algo de valor sem comunicá-lo, ainda que seja um presente para ele mesmo. Não exija que compre objetos da moda, mas satisfaça-se com a comida sobre a mesa. Aprecie o desprendimento dos luxos e a vida simples. Não o faça dependente da aparência, mas valorize a força e o seu empenho no trabalho. Contente-se com o que tem e não seja motivadora de dívidas. Se você é a que tem maior salário, ou a principal fonte de renda do lar, considere deixar com ele toda a administração do dinheiro. Não guarde segredos financeiros.
  20. Quando precisar comunicar algo que o contrarie, coloque sobre si mesma a dúvida e explique seus sentimentos. Por exemplo, em vez de dizer: “Você é um desligado, não está vendo que o menino não pode fazer isso?”, diga: “querido, acho que essa situação vai colocar em risco a segurança dos nossos filhos”. Da mesma forma, ao expressar um sentimento, jamais diga: “você é insensível…”, mas: “eu estou triste, me sinto mal e gostaria que soubesse o quanto sofro quando faz isso…”
  21. Se está difícil, ore e peça para que o Senhor lhe guie da melhor maneira. Peça para que o Senhor se revele ao seu marido e quando isso acontecer, siga amorosamente a sua liderança. Confie que o Senhor está no controle, mesmo quando pensamos diferente. Deus leva muito à sério o princípio da liderança. Sua obediência será de grande valor aos olhos do Senhor. Isso significa não tomar as rédeas em cada chance que tiver, mas voluntariamente entregá-las nas mãos do seu marido.


Fazendo isso, mesmo diante da mais difíceis desventuras da vida, você estará instigando em seu marido aquele senso de responsabilidade, aquela vontade de matar um leão para suprir sua necessidade e a de seus filhos. Se você demonstra contentamento em viver para ele e para seus filhos, ele retribuirá com mais dedicação, cuidado e provisão.
Acima de tudo, coloque o Senhor como fundamento de toda sua identidade. A única exceção à submissão é se houver tentativa de desobediência à Deus. Dependa do Senhor e conte com Ele na construção do seu lar.  Agindo assim você demonstrará em atitudes a ordem que Deus estabeleceu para a família. Com empenho, humildade, responsabilidade e acima de tudo amor, cumpriremos com alegria o nosso chamado, submetendo nossos anseios a Deus acima de tudo e sendo auxiliadoras idôneas do marido na condução do lar.
E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus,dando por ele graças a Deus Pai.
Colossenses 3:17
 Vamos colocar em prática esses princípios essa semana? Deixe sua mensagem aqui de como você tem inspirado seu marido a ser um líder no seu lar. Será de grande valor.
 Uma semana abençoada a todos!

Judite Alves 
Publicado em  

terça-feira, 6 de junho de 2017

Uma Palavra de Gratidão





Paz do Senhor, amadas!

Pela graça de Deus chegamos ao final de mais um congresso. E como sempre, o Senhor foi misericordioso conosco, atendendo as nossas orações. Estudamos a vida de Maria num enfoque bem particular: sua qualidade de serva. Ser servo, nos dias de hoje, soa como algo ruim, e muitas vezes, pejorativo. Mas aprendemos que ser servo não é ser inferior, mas assumir a posição desejada para agradar a Deus. Maria é um dos tantos exemplos que encontramos na Bíblia e que retrata bem a nossa condição diante de Deus. O único Senhor é Deus, e todos nós os Seus servos.

Fiz um resumo dos estudos da sexta e do sábado, e hoje quero compartilhar o resumo do domingo e algumas fotos desses dias impactantes. O pastor Albérico Inácio concluiu esses dias nos mostrando como Maria foi uma mulher disposta a renunciar sua própria vontade para ser uma bênção no Reino de Deus. Ela aceitou obedecer, apesar dos problemas que enfrentaria: ela poderia perder seu noivo, família, poderia colocar em risco sua reputação, ser tratada como louca, e até mesmo morrer. Apesar de todos os riscos, ela disse: "eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a Tua Palavra". Ela foi uma mulher de fé. Por aceitar a vontade de Deus, foi recompensada com o privilégio de sentir Cristo crescendo dentro de si, pôde cuidar dele, caminhar ao seu lado, presenciar seus milagres, sentir suas dores e por fim, ser testemunha de Sua ressurreição e participante do primeiro grupo de crentes que recebeu o poder do Espírito Santo.


Jesus, o Filho de Deus, foi um exemplo de submissão à vontade do Pai. Ele é o nosso exemplo final porque Ele foi perfeito em todos os seus caminhos. E nós, Sua Igreja, somos convidadas a seguir Seu exemplo.

Fechamos com chave de ouro este evento tão lindo. Meu coração só pode agradecer ao meu Amado por tudo o que Ele nos deu. Não merecemos, mas Sua graça é imensa. Quero agradecer a todos que nos ajudaram: nosso amado pastor Ailton (que é meu maridão), todo o ministério da Igreja, os palestrantes, nossas convidadas, a Rede Brasil, todas as equipes, os que trabalharam direta e indiretamente, os que vieram de longe e marcaram presença, banqueteando-se conosco. Deus recompense a cada um. Na eternidade colheremos os frutos deste trabalho; esta é minha esperança. 

Compartilho com vocês, logo abaixo, as fotos do 16º Congresso de Mulheres de Pernambuco.

Meu abraço a todos.
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Judite Alves

domingo, 14 de maio de 2017

Feliz dia das Mães!

Queridas,

Hoje é um dia especial. E não posso deixar passar esse dia sem parabenizá-las e rogar a Deus para que cada mãe seja inundada com o compromisso de gerar não apenas filhos biologicamente, mas acima de tudo, filhos para o Reino de Deus. Os nossos tempos, mais do que nunca, exigem de nós determinada conduta de apego e temor a Deus em tudo o que fizermos.

Ser mulher é ser doadora de vida. E ser mãe é ser, portanto, em essência, aquilo para o qual fomos criadas. Todas nós nascemos para a vida familiar, pois isso é o que somos em essência. Mães derramam sobre seus eleitos toda reserva de amor que nasce com o seu coração, e assim se fortalecem na entrega ao marido, filhos, família. Naquelas que não tiveram filhos biológicos, por causa dos eternos propósitos de Deus, esse amor costuma ter um número de eleitos muito maior: são amigos, pais, irmãos da igreja, filhos do coração ou marido para os quais as reservas do amor costumam ser tão inesgotáveis que ainda sobra amor para dar aos que rodeiam suas vidas.

Façamos como o profeta Isaías, comprometamo-nos em mencionar "as benignidades do Senhor, e os muitos louvores do Senhor, conforme tudo quanto o Senhor nos concedeu; e grande bondade para com a nossa casa, que usou conosco segundo as suas misericórdias, e segundo a multidão das suas benignidades". Porque o Senhor Deus disse a respeito de nós: "Certamente eles são meu povo, filhos que não mentirão; assim ele se fez o nosso Salvador". E saiba que em toda a angústia nossa, Ele também é angustiado, e assim Ele envia o anjo da sua presença para nos salvar; pelo seu amor, e pela sua compaixão ele nos remiu; e nos tomou, e nos conduzirá todos os dias da nossa jornada (
Isaías 63:7-9).

Deus ouve as tuas orações, mãe! Ele tem um carinho especial por nós. Continuemos nesta caminhada, amando-O e honrando-O em todas as nossas atitudes, e Ele nos exaltará.

Um grande abraço! Feliz dia das mães!



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Judite Alves









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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Meninas nascem meninas. Homens nascem homens. Para a glória de Deus.






Paz do Senhor, amadas!

Quero compartilhar com vocês um trecho do livro O Tesouro das Emoções. Espero que sejam edificados:





Tenho três filhos, sendo dois homens e uma mulher. Quando crianças, já os observava em seus comportamentos. Meus meninos eram ativos, suas brincadeiras eram agressivas, em casa, sempre ocupavam a posição de "homens da casa", mesmo sendo crianças. Já a minha filha, sempre foi maternal. Passava horas arrumando suas bonecas, fazendo comidinhas, e sendo menina. Quem tem o privilégio de ser mãe de menino e menina sabe o que estou falando. Eles diferem em quase tudo. Até o forma de abordagem deve atentar para essas diferenças para que produza o efeito esperado. Tudo isso tem na biologia suas explicações.

O homem tem até 20 vezes mais testosterona do que a mulher em seu cérebro, segundo Dobson. Esse hormônio é o que faz do homem um ser impetuoso, ágil, agressivo. Já as mulheres, por não terem esse banho de testosterona, conservam seus centros de comunicação e os emocionais intactos. Por isso que as estruturas cerebrais das mulheres são neurologicamente interligadas. Dobson, no seu livro Educando Meninas, informa que o corpo caloso na é até 25% maior que o do menino e se transforma em uma super-rodovia capaz de transportar grandes quantidades de informação emocional de um lado para o outro do cérebro. Se comparado com o dos homens, o deles se parece com uma pequena estrada do interior. 

Por isso, desde bem pequenas, as meninas são muito mais emotivas do que os meninos, elas conseguem interpretam melhor os sinais do que eles. As meninas são capazes de avaliar o caráter, as motivações dos outros com apenas pequenos sinais como olhar, tom de voz e gestos. Elas choram mais, imploram mais, apegam-se mais. Que fantástico! Você, amiga, já agradeceu a Deus por lhe ter feito mulher? Não entendo a razão de tantas mulheres abrigar frustrações e querer competir com os homens! Esse é um caminho insano. Temos que seguir o que as Escrituras elucidam, observando as instruções do fabricante, do "divino arquiteto" que é Deus. Quando compramos qualquer objeto e o levamos à casa, ou mesmo antes de tomarmos uma  medicação,  se não seguirmos as instruções, poderemos perder o objeto ou correr o risco de prejudicar ou perder a própria vida. A Palavra de Deus, que é o nosso manual, mostra-nos as regras do bom viver. Mesmo que no casamento, ou na família, tudo esteja como água, sem sabor e sem cheiro, o mestre do amor, através do Espírito Santo, chega e transforma esta água em vinho, como fez naquele casamento em Caná da Galiléia. O vinho é símbolo da alegria. Creia nisso! 

Em seu livro The Female Brain, a Dra. Louann Brizendine explica que o senso comum nos diz: meninos e meninas são diferentes e que a cultura feminista não nos disse que é o cérebro que determina esses comportamentos divergentes. Ela conta que um dos seus pacientes deu à sua filha de três anos e meio muitos brinquedos "unissex", incluindo um carro de bombeiros vermelho brilhante, em vez de uma boneca. A mãe entrou no quarto numa tarde e encontrou sua filha abraçando o caminhão em um cobertor de bebê, balançando-o para trás e para frente dizendo: "Não se preocupe, querido caminhãozinho, vai ficar tudo bem". Ela completa dizendo que abraçar um caminhão não é atitude de cérebro unissex. E conclui que não há cérebro unissex. 

Não há nenhuma dúvida que meninas nascem meninas. Nascem com seus próprios impulsos, diferente dos meninos. E é o cérebro que direciona as escolhas, os desejos, valores e a própria realidade. Se pequenas atitudes externas como saborear um chocolate, receber uma ligação, ouvir um elogio podem mudar o humor e a disposição interna, o que se dirá quando dois cérebros têm estruturas diferentes? Não há dúvida de que as suas realidades serão diferentes, afirma Louann. 

Preste atenção a esta informação: até a oitava semana de gestação os cérebros femininos e masculinos são iguais. Depois, se for um menino, o cérebro sofrerá uma intensa inundação de testosterona (hormônio masculino). Esse banho de testosterona muda os circuitos do cérebro masculino. Por causa disso, os centros de comunicação e emoção diminuem muito de tamanho nos homens. Entre 9 e 15 anos, a testosterona aumentará cerca de 25 vezes nos meninos. Ela fará algumas células crescerem, mas também tem a capacidade de fazer regiões do cérebro encolher ou morrer. Daí a razão porque nós mulheres, falamos bem mais que os homens, e como eles são, na sua maioria, tão monossilábicos. 

Brizendine informa também, que no cérebro masculino, a estrutura dedicada ao impulso sexual é duas vezes e meia maior que no feminino. Nas mulheres, os circuitos ligados à audição e à linguagem têm 11% mais neurônios que nos homens e a estrutura relacionada à emoção e à formação da memória também é maior. Nós, mulheres, somos muito mais estimuladas pelo que ouvimos, enquanto os homens pelo que vêem. Sabedoras dessas diferenças, podemos eliminar das nossas relações muitos intrusos. Muitas mulheres não percebem o perigo dos estímulos visuais para os seus maridos e assistem toda sorte de programas da TV, muitos deles com mulheres seminuas. Assinam revistas femininas que estimulam os homens, como aquelas que incentivam a prática de esportes, mas que usam o corpo feminino como isca para atrair mais leitores. Fazendo assim, algumas põem em risco seus casamentos, expondo ao pecado seus cônjuges. A mulher sábia edifica a sua casa. Elimine do seu lar tudo o que pode arruinar a sua casa. Faça como o salmista: "Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará" (Sl 101.3).


A cabeça do homem funciona como vários compartimentos, já a cabeça da mulher é um emaranhado de fios! E é assim mesmo. Homens se concentram em cada tarefa e não têm a mesma facilidade que as mulheres têm de executar várias tarefas ao mesmo tempo. Para os relacionamentos, isso pode ser ruim, pois faz com que eles não prestem atenção aos detalhes da outra pessoa (necessidades e vontades), o que tem sido a queixa da maioria das mulheres. O homem, se fala da saúde, não pode falar sobre compras. Se fala dos filhos, não pode misturar com assuntos sobre a igreja. Já as mulheres ao mesmo tempo em que falam ao telefone, repreendem o filho, olham a panela no fogo e põem roupa na máquina para lavar etc. É assim que funcionamos. Será que não é assim com você e o maridão? 

A Palavra de Deus nos adverte, quanto aos relacionamentos, quando diz que devemos suportar uns aos outros com entranhas de misericórdia (Cl 3.12,13). Se não for assim, torna-se um caos total, a mulher falante, o marido que paga para não falar, e assim as emoções afloram e surgem os problemas. Clarke, psicólogo cristão, falando de maneira pitoresca sobre as diferenças entre homem e mulher, diz-nos que os homens são ostras  e as mulheres, pés de cabras. Elas sempre estão forçando, cutucando e sondando para obter informações pessoais de seus maridos, mas, segundo o autor, fazemos assim porque queremos intimidade, queremos estar próximas do marido. E por que os maridos são ostras? Porque se fecham na sua maioria e negam às mulheres que amam o que elas querem e o que mais precisam, proximidade. Clarke diz que o que acontece é que no relacionamento, o homem quer controle, essa é a sua prioridade. Se não tiver no controle do relacionamento, está tudo errado. Já a mulher quer proximidade. 

Isso nos remete à natureza, à criação divina. Deus fez Adão e o colocou como dominador de toda a criação, e deu-lhe Eva, para ajudá-lo nessa enorme tarefa. Ambos querem cumprir um papel importante nesse mundo, no entanto, de formas diferentes. Homens querem mostrar sua força nessa luta pela sobrevivência. Desejam oferecer sua força para promover a defesa da mulher, sua ajudadora, feita por Deus. A mulher quer também, viver essa missão, mas de forma compartilhada. Stasi Eldredge explica esse anseio da seguinte forma: "...não é que a mulher é uma “criatura indefesa”, que não pode levar sua vida sem um homem. Os homens desejam oferecer sua força em nome de uma mulher. Agora, você consegue ver como os desejos do coração de um homem e os desejos do coração de uma mulher têm, pelo menos, o objetivo de se ajustarem de um modo maravilhoso? Uma mulher na presença de um bom homem, de um homem de verdade, ama ser mulher. A força desse homem permite que o coração feminino da mulher floresça. Sua busca faz aflorar a beleza dela. E um homem na presença de uma mulher de verdade ama ser homem. A beleza dessa mulher o instiga a agir como homem, faz aflorar sua força. Ela o inspira a ser um herói. Quisera todos tivessem tanta sorte!". Agradeço a Deus porque vivo exatamente essas palavras! Deus teve misericórdia de mim e me presenteou com um homem que ama ser homem, e na sua impetuosidade minha feminilidade aflora. Sua força me faz desejar ser aquela ajudadora idônea que não se importa em ocupar o lugar de chefia na família. Sinto-me muito bem sendo mulher ao seu lado. Não trocaria o meu lugar pelo o dele. 


O homem aprendeu desde cedo nos relacionamentos: respeito, status , força poder e independência. São qualidades inerentes ao homem, que devemos admirar. O homem que tem essas qualidades não teme levantar cedo para obter o pão de cada dia, não se abala diante dos vicissitudes da vida, tendo as suas centros emocionais cerebrais não tão desenvolvidos como a mulher, pode suportar as pressões no trabalho, e às vezes essas pressões são o combustível para uma escalada melhor na vida. Ser ostra tem as vantagens. Portanto, mulher, são essas diferenças que fazem a família seguir em frente. Deus sabe o que faz e não dá ponto sem nó. Tudo o que Ele faz tem propósito definido e sentido.


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Extraído do livro O Tesouro das Emoções, Judite Alves
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