sábado, 22 de outubro de 2016

Resumo do 27° Encontro das Esposas de Obreiros de Pernambuco

Tivemos um dia maravilhoso na presença do Senhor! Cada ano parece ser melhor! Cada ano Deus nos fala de uma forma tão íntima... Ele renova nossas forças e lembra-nos as Suas grandiosas promessas. 

Vou tentar fazer um resumo do que ouvimos ali. Logo pela manhã, nosso pastor nos deu uma palavra, fazendo-nos lembrar do nosso papel primordial: sermos aquela que apoia, que dá suporte e que é uma segurança para o ministério do nosso esposo. Um pastor pode ter muitos obreiros ao seu dispor, mas a companheira que não pode faltar é a sua esposa: ela é insubstituível. Ela é a ajudadora idônea, a que tem o ministério do seu esposo nas suas mãos. E quando mais passam os anos, mais o marido precisa do apoio e conforto de sua esposa.

Quando Deus faz o chamado a um homem, separando-o para o ministério, está incluído nesse chamado a esposa desse homem: ela é parte desse chamado e está debaixo da mesma missão do seu esposo. E então, nosso pastor nos lembrou do tempo em que fomos para a missão. Não foram dias fáceis. Mas a nossa unidade como marido e mulher, debaixo da unção do Espírito Santo foi o que nos fez suportar as dificuldades. Foram nesses momentos em que exercitamos a gratidão e a fé na família.

Somos chamadas, irmãs, para sermos o socorro do nosso marido. Claro, temos nossas individualidades, mas precisaremos renunciar muitas coisas por Deus. O nosso pastor nos lembrou de mulheres como minha querida mãe, a irmã Maria, lembrou da esposa do pastor Amaro Mariano, ressaltou o nobre caráter na irmã Ziza, esposa do pr. Anísio e que estava presente entre nós, e todas as dificuldades que essas mulheres enfrentaram, muitas vezes caladas, dando o suporte no lar, mesmo quando seus esposos estavam pelo sertão viajando... Esses homens tiveram um ministério abençoado e frutífero porque suas esposas souberam edificar o lar com renúncia, oração e socorro.


De tarde, nossa querida irmã Edna Veiga nos trouxe lições da vida de Priscila, esposa de Áquila. Da vida desta serva de Deus extraímos algumas lições:

1. Era uma mulher submissa e desprendida. Saiu do seu local de origem para acompanhar seu marido. Era prudente e virtuosa. Nesse momento a irmã Edna citou um fato de uma irmã que, embora casada, prestou um concurso em uma outra cidade e ao ser aprovada, resolveu que assumiria a função, longe do marido, que era um obreiro da casa do Senhor. Este não é um bom exemplo a se seguir. A esposa foi chamada para estar ao lado do marido, fazendo-lhe companhia sábia. A irmã Edna nos contou a sua história pessoal, e como confiar em Deus pela fé e seguir o seu marido foi uma escolha difícil, mas que mostrou-se infinitamente melhor que os seus próprios planos pessoais. Ela desejava exercer sua profissão, pois era professora de matemática. Tentou por um tempo, mas seu esposo, o pastor Veiga, pediu-lhe que adiasse esse sonho. Ela, embora frustrada, colocou diante do Senhor seu desejo. O Senhor lhe deu um sonho, e nele ela estava lecionando não matemática, mas assuntos relacionados ao Reino de Deus. Hoje, ela vê o cumprimento das promessas de Deus.  A irmã Edna nos lembrou que Deus cumpre os seus desígnios sem ignorar nossos dons. Deus vai colocar você no lugar onde você exerça os seus dons sem precisar insubordinar-se. 

"Deus cumpre os seus desígnios sem ignorar nossos dons. Deus vai colocar você no lugar onde você exerça os seus dons sem precisar insubordinar-se". 
Edna Veiga 

2. Priscila também era uma mulher trabalhadora. Ela aprendeu o ofício do seu marido, que era fazedor de tendas. Tendas fala de abrigo, esconderijo, passagem, brevidade. Fazer tendas é lembrar da providência de Deus. O Senhor instituiu a festa dos tabernáculos, ou das tendas, para lembrar ao seu povo o tempo da peregrinação no deserto e o sustento do Senhor (Lv 23.33-43). Os israelitas passavam sete dias habitando em tendas, uma vez por ano. Construir tendas é lembrar da nossa transitoriedade nesse mundo: estamos de passagem, não temos aqui casa permanente. Por isso, não devemos nos apegar às coisas deste mundo. Priscila, pela sua profissão, nos lembra essa verdade. A fragilidade da tenda nos lembra da nossa fragilidade e peregrinação neste mundo rumo à terra Prometida.

3. Se o apóstolo Paulo os levou consigo é porque viu virtudes neste nobre casal. Havia parceria, concordância. Junto de Paulo este casal cresceu na fé e no conhecimento de Deus, a ponto de tornarem-se pessoas confiáveis. Mais tarde, Paulo os colocou como encarregados da igreja em Éfeso (At. 18.19). Certamente, Priscila observava as atitudes de Paulo diante dos problemas e procurava agir como ele, seguindo o seu exemplo.

4. A boca de Priscila era como um manancial. Ela viu que Apolo era fervoroso, mas incompleto. E então mostrou ponto a ponto as doutrinas, o caminho do céu. Mais tarde, aquele homem tornou-se um dos principais obreiros da igreja primitiva. A lição que podemos extrair daqui é que nós, como esposas de obreiros, provavelmente instruiremos pessoas que mais tarde exercerão autoridade sobre nós. Isso é mais um dos grandes mistérios do Evangelho.


Para fechar nosso dia, ouvimos a Palavra de Deus ministrada pelo pastor Juan Carlos Escobar. Que tarde maravilhosa!

O texto lido foi em Isaías 54.1-4. O pastor nos mostrou que o texto bíblico fala em termos femininos; fala do papel da mãe, o papel gerador de vida, protetor, que transmite visão e sonhos. O papel materno não se limita a gerar filhos biologicamente, mas estende-se aos filhos que geramos para Deus. Podemos gerar filhos pela Palavra de Deus.

Precisamos gerar uma nova geração que se estende "à direita e à esquerda"(Is 42.3a), ou seja, não há limites. Além disso, a herança que nos cabe são as cidades assoladas. Nas cidades estão as pessoas, estão nossos filhos a estudar, a produzir, a trabalhar... Eles fazem parte do progresso político, econômico e moral. Mas a cidade está assolada pelo materialismo, ateísmo, secularismo, por isso, precisamos chegar antes na vida deles. A maior influência na vida dos nossos filhos deve ser da família e da igreja.

As cidades assoladas nos falam de famílias e jovens arrasados. A igreja foi feita para estar em lugares inóspitos, sem vida. Somos o sal que tempera um mundo insosso. Somos a luz que ilumina as trevas. Aceitemos o desafio, o Espirito Santo estará conosco, a Palavra de Deus tem poder.

O pastor Juan lê o texto que está em Salmos 16.5: "O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte". Deus nos leva a lugares difíceis, que ameaçam nossos filhos e famílias. Mas onde quer que Ele nos coloque, ali será um lugar de bênção, pois é a herança de Deus para nós, é a oportunidade que temos de redimir a terra. Nossa missão é restaurar a cidade assolada. Mas esse chamado não será feito sem a nossa colaboração. Precisamos estar preparadas e firmes nos propósito de educar as novas gerações no conhecimento de Deus e se há algum incômodo alheio à sua vontade, entenda que essa é a vontade de Deus. Ele usará, ao final, todas as coisas, as boas e as más, para cumprir os seus propósitos eternos. Mas precisamos ter fé e crer. Deus vai tratar conosco pela fé e não pelo que vemos. Precisamos crer nEle.

O pastor nos lembrou de Efraim e de como as promessas de Deus pareciam estar frustradas (1 Cr 7.20-24).  As tragédias acontecem e querem nos roubar a bênção. E são nesses momentos que precisamos vigiar para não nos tornarmos amarguradas de espírito, queixosas e amargas. Se não nos protegermos, nossos sonhos morrerão. O adversário quer que, pela dor, você perca a visão da sua vida. Nas nossas dificuldades, não deixemos que satanás leve a glória pela maldição das nossas palavras, antes, tenhamos sempre uma palavra de ânimo e fé. Não falemos com cargas de negatividade: essas palavras podem afetar o coração e a mente dos seus filhos, da nova geração que Deus colocou em nossas mãos.

Nas dificuldades muitas vezes nos sentimos improdutivas, como se estivéssemos fora de lugar. Não nos abalemos com as más notícias: o Senhor fará de nós uma mulher de glória. Temos as marcas de uma vida redimida, a nossa vida é uma mensagem para essa sociedade perdida. Aqueles que têm a marca  do Senhor passam por vales. Eles são necessários, mas não são o nosso destino. Passaremos por eles, e lá experimentaremos a transformação divina. O salmista diz: "...passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques" (Sl 84.6). Quem confia em Deus e aquele cuja força está em Deus consegue transformar realidades. Deus permite que passemos por ele para que vejamos o que Ele faz através de nós. É no vale que nos tornamos produtivas, é no vale que geramos riquezas. Por isso, não podemos deixar que o ambiente inóspito em nossa volta domine a nossa vida. Nós é que precisamos mudar o nosso entorno.

A mulher samaritana, diante da sociedade, era uma fracassada na família. Mas Jesus olhou para ela com terno amor. Ele encontrou uma necessidade para ter que passar por Samaria e assim fazer daquela mulher um instrumento de valor para sua cidade. Ela, cansada das pessoas, sai para buscar água numa hora em que não encontraria ninguém. Mas, apesar de suas tragédias, Jesus viu nela uma mulher que tentava. Tentou cinco vezes, mas em vão. Ela precisava de um homem para a redimir na sociedade do seu tempo. E então, veio Jesus. Ela vem ao poço com um cântaro e Jesus vê nela um potencial. Na verdade, Ele tem mais do que um poço para ela: ele tem uma fonte que jorra para a vida eterna! Quando ela entende essa verdade, ela abandona o cântaro e vai falar de Jesus para sua cidade. E aqui acontecem as mudanças: ela deixa de ser uma mulher do cântaro, ou seja, uma mulher consumidora, que vai em busca, para ser a fonte da água! Ela agora é portadora de Deus, da Sua palavra, da fonte da Vida!

Nós somos mulheres transformadas e redimidas. Deixemos o cântaro e sejamos fontes de vida, uma influência em nossa geração, em nossa cidade.

Os lugares assolados serão reedificados, e os vales, pela nossa presença, converter-se-ão em fontes. Essa é a promessa de Deus para as mulheres geradoras de vida.


Deus abençoe a cada uma. Um bom final de semana com Deus.


Judite Alves.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Tempos da Infância...


Como é bom ser criança! O período em que se passa a infância é breve e não volta mais!

Como não amar esse tempo e como não acalentar suas lembranças, memórias que nos dão alívio e fazem nossa alma voar?


Quem não recorda do tempo quando éramos carregados nos braços, afagados por pais, avós, vizinhos, amigos, parentes e até desconhecidos?


Quem não se lembra das manhas, das birras, dos choros e das brincadeiras? Naqueles tempos, nossos pais ocupavam um espaço no coração tão especial que a visão que tínhamos de Deus perpassava por essa relação tão linda. Como estavam entrelaçadas a necessidade de sermos amados com a fé infantil! Não sofríamos do mal da idade adulta: tínhamos aquela fé simples, que crê somente, sem exigir provas. Como crianças, aprendemos a amar e a viver praticando o bem e até repartindo o que tínhamos com alguém. Não importava se éramos ricos ou pobres. Éramos todos iguais e precisávamos estar juntos, numa bela brincadeira. Nesse sentido é que podemos entender as palavras de Jesus: "quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele" (Mc 10.15).Éramos livres das preocupações, e nosso único estímulo para viver era a alegria e o amor. Quem não lembra em como o beijo no joelho e como o pirulito resolviam nossos maiores dilemas? Hoje eu tento ressuscitar na minha imaginação sexagenária as lembranças dos brinquedos, que por humildes que fossem, traziam satisfação, alegria e prazer no brincar. Criávamos brinquedos, inventávamos brincadeiras e repetíamos as tradicionais brincadeiras, como barra bandeira, pega, esconde-esconde, boca de forno, cantigas de roda. Tudo era muito lindo! Enquanto isso, nossas mães prosavam, atualizavam seus assuntos, e nós, crianças, nos divertíamos. Cumpríamos primeiro com as obrigações e as tarefas da escola; a ajuda nas tarefas do lar era exercitada também.

+A parte estranha da infância é que mesmo vivendo num mundo tão livre dos problemas dos adultos, desejávamos ser iguais às pessoas grandes. Ah, mas acho que isso acontecia porque ainda não havíamos passado pelas experiências amargas da vida adulta, e que são a razão de nos tornarmos pessoas frias e cautelosas nas relações com os outros. A espontaneidade e a pureza infantis são as marcas da infância que mais desejo manter! Não quero privar a mim mesma dos prazeres puros da terna amizade que a infância sabia manter. Enquanto faço esse relato, a criança que tenho dentro de mim se alegra! Meus olhos estão brilhando só em recordar aqueles momentos... Com muita razão Jesus enfatiza que aquele que não se fizer como uma criança não pode ver o Reino de Deus (Mt 18.3).

E então, num determinado momento da vida, deixamos de ver as coisas como víamos: é o outro lado, o lado duro da vida, que se apresenta desconhecido, mas real. Nesse momento, deixamos de ser crianças. Infelizmente, há muitos que lhes foi revelado esse outro lado aos 7, 8 ou 9 anos. E isso me leva a pensar: será que nesse mundo, de tanta maldade e hipocrisia, há um espaço para a criança ser criança?
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