sábado, 14 de outubro de 2017

Lições da vida de Katharina von Bora


Katharina von Bora (1499-1552) foi a esposa do maior exponente da Reforma protestante, Martinho Lutero, e era exemplo de engajamento pela causa do Evangelho. Devido à sua personalidade forte e suas qualidades administrativas, Lutero a chamava, por vezes, de “meu senhor Käthe”, ainda que ela o chamava respeitosamente de “senhor Doutor”.

Catarina teve que ser forte, considerando que teve seis filhos, dos quais dois não alcançaram a idade adulta. Mas além dos próprios filhos, o casal chegou a criar mais oito filhos de parentes próximos. No grande convento, em que a família morava, sempre havia estudantes de teologia que alugavam quartos. Também eram acolhidas pessoas idosas e doentes, além de muitos visitantes dos mais diversos lugares que vinham a Wittenberg, para conversar com o Reformador. Lutero prezava a forma como Katharina gerenciava a casa, mas ele também a amava como educadora dos filhos e, também, como esposa que o animava em momentos de dificuldade e depressão. Katharina foi a primeira “esposa de Pastor” luterana (Pfarrfrau – Frau Pfarrer), a dona da “casa pastoral evangélica” e o modelo para as próximas gerações.


Katharina foi uma das várias freiras que logo aceitaram as idéias protestantes e depois fugiram do convento. Martinho Lutero, que encontrou maridos para algumas dessas ex-freiras, tentou várias vezes encontrar um marido para Katharina antes de se casar com ela. Eles foram casados ​​por 21 anos. Kathie morava numa casa que era, na verdade, seu antigo mosteiro. Ela cuidava de um grande jardim, pescava, cultivava e cuidava do gado.

Há muitas qualidades que aprendi com a vida dessa grande mulher de Deus. Se lermos Provérbios 31.10-31, veremos que Katharina von Bora tinha a maioria das características citadas ali:

  • Era mulher virtuosa; 
  • Tinha muito valor (um caráter invejável); 
  • Era perseverante; 
  • Cuidava dos menos favorecidos; 
  • Cuidava bem dos filhos e da sua casa; 
  • Era companheira fiel; 
  • Paciente; 
  • Trabalhadora; 
  • Humilde; 
  • Educava os filhos; 
  • Fazia sempre o bem; 
  • Era uma estudiosa da Bíblia 

Katharina descobriu a grandeza do seu papel no Reino de Deus, e assim, o domínio de Jesus começou a avançar neste mundo.

Na biografia de Martin Luther, Here I Stand, o estudioso Roland Bainton escreve: “O Lutero, que se casou para testemunhar a sua fé, na verdade fundou um lar e fez mais do que qualquer outra pessoa para determinar o tom das relações domésticas alemãs para os próximos quatro séculos”. Bainton também comenta que os primeiros escritos de Lutero sobre o casamento criam a impressão de que "o único objeto do casamento é servir como remédio para o pecado”. Mas depois de seu próprio casamento, sua ênfase mudou, e ele começou a retratar o casamento como uma "escola de caráter". Nesse sentido, o casamento tira de cena o mosteiro, considerado pela igreja Católica como o campo de treinamento da virtude e o caminho mais seguro para o céu. Lutero dizia a respeito do casamento: “É claro que o cristão deve amar a sua esposa. Ele é obrigado a amar o próximo como a si mesmo. Sua esposa é seu vizinho mais próximo. Portanto, ela deve ser sua amiga mais querida”.

Após um ano de casado, Lutero fala sobre sua “Kathe” dizendo: “minha Kathe é tudo, tão dedicada e encantadora, que não trocaria minha pobreza pelas maiores riquezas do mundo”. E mais tarde declarou: “não há na terra um laço tão doce, nem uma separação mais amarga como a que ocorre no bom casamento”.

Lutero faleceu em 1546, Katharina ainda viveu mais seis anos e viu seus filhos atingirem a idade adulta, alcançando posição de influencia na sociedade, exceto os que morreram crianças. O mais velho (Hans) estudou direito e tornou-se conselheiro da corte. O segundo (Martin) estudou Teologia, o terceiro (Paul) tornou-se um médico famoso, e a terceira filha (Margareth), pois as outras duas faleceram, casou-se com um rico prussiano. Segundo um historiador, os descendentes de Lutero que ainda vivem, descendem de sua filha Margareth, dentre eles está o ex- presidente da Alemanha, Paul Von Hindenburg.

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É emocionante resgatarmos histórias como essas! Porque vidas se deram ao Senhor, hoje podemos desfrutar do resultado de tamanha entrega.

Finalizo contando o ultimo episódio da vida de Lutero, falando em relação à Katharina von Bora, extraído do livro “Grandes Mulheres da Reforma”:
“Minha querida Kate, me mantém jovem, e em boa forma também… Sem ela, eu ficaria totalmente perdido. Ela aceita de bom grado minhas viagens, e quando volto está sempre me esperando com alegria. Cuida de mim nas minhas depressões e suporta os meus acessos de cólera. Ela me ajuda em meu trabalho, e acima de tudo ama a Cristo. Depois Dele, ela é o maior presente que Deus já me deu nesta vida. Se algum dia vierem escrever a história de tudo o tem acontecido (A Reforma), espero que o nome dela apareça junto ao meu. Eu oro por isso…”

Ao tomar conhecimento dessa declaração Katharina respondeu: "Tudo o que tenho feito se resume a simplesmente duas coisas: ser esposa e mãe, e tenho certeza que sou uma das mães mais felizes da Alemanha”.

A vida de Katharina me lembra o que aconteceu com Jesus na casa de Lázaro: o nardo puro foi derramado sobre o Senhor. Katharina deu o seu melhor ao Senhor, por isso, onde a história da Reforma for citada, será dito seu nome, para sua memória.

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Judite Alves

5 comentários:

  1. Que coisa mais linda
    Deus falando conosco de que uma vida simples em servi-lo,como nas pequenas coisas nos torna tão feliz

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  2. Sabe... Esta Linda história tirou lágrimas dos meus olhos... Impressionante, conhecermos mulheres que dedicavam suas vidas ao trabalho do senhor... Mulheres sábias..

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  3. Que coisa mais linda! Glória a Deus! Dentre tantos talentos não é fácil conciliar todos, mas a graça de Deus estava sobre ela. A quem mais é dado, mais será cobrado.

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